sábado, 9 de julho de 2011

AFTOSA Vacinação atinge 99,60%

O índice de vacinação contra a febre aftosa, na etapa de maio – obrigatória para animais de zero a 24 meses - atingiu 99,60% do rebanho mato-grossense situado nessa faixa etária. Ao todo, foram vacinados 12,40 milhões de animais, de um total de 12,45 milhões de cabeças cadastradas. O índice mínimo preconizado pela Organização Internacional de Epizootias (OIE) é de 98% de cobertura para os países com reconhecimento de área livre da doença com vacinação. Desde 2005, na etapa de vacinação de maio, Mato Grosso vem apresentando índices superiores a 99% e, desde 1996, não registra casos de aftosa.

“Isso mostra que as nossas estratégias estão dando certo. Fico satisfeito com o resultado obtido nesta última etapa”, avalia o presidente do Instituto de Defesa Agropecuária (Indea/MT), Valney Correa, que atribui o resultado ao conjunto de ações entre pecuaristas e órgãos envolvidos diretamente na vacinação.

De acordo com balanço divulgado ontem pelo Indea/MT, a região de Cáceres foi a que apresentou o melhor desempenho na campanha, com índice de 99,97% de vacinação. A região de São Félix do Araguaia aparece com o segundo melhor desempenho (98,96%), seguida de Alta Floresta (99,92%), Sinop (99,86%), Matupá (99,80%), Pontes e Lacerda (99,74%), Barra do Bugres (99,70%), Barra do Garças (99,68%), Juína (99,58%), Cuiabá (99,42%), Lucas do Rio Verde (99,39%) e Rondonópolis (99,29%).

De acordo com Correa, o resultado da etapa de vacinação de maio, mais uma vez, demonstra o envolvimento de todos os atores da cadeia pecuária. “O pecuarista teve consciência de que tem de vacinar contra a aftosa. Estou muito feliz com o resultado”.

Ele disse ter recebido com naturalidade o resultado da campanha: “Não nos causou surpresa esse desempenho, pois o pecuarista é o grande interessado em manter o rebanho sem a febre aftosa. Ele sabe que esse resultado abre portas de mercados do mundo inteiro”.

Detentor do maior rebanho bovino comercial do país, com mais de 28 milhões de cabeças, Mato Grosso está há 15 anos sem registrar focos de febre aftosa em seu rebanho. O último caso da doença foi identificado em 16 de janeiro de 1996, no município de Terra Nova do Norte (650 quilômetros ao norte de Cuiabá). (Veja quadro)

REBANHO - O levantamento apresentado pelo Indea/MT também mostrou que o rebanho na faixa etária de zero a 24 meses registra aumento 7,5% em comparação a maio de 2010, o que representa mais de 1 milhão de novas cabeças. Assim o rebanho de 27,8 milhões de cabeças anunciadas no fim do ano de 2010, chega a quase 29 milhões pelos números atuais. “Na etapa da campanha de novembro vamos trabalhar com essa estimativa de vacinação, 29 milhões”, anunciou Correa.

De acordo com dados da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) e do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), para vacinar 12,4 milhões de cabeças o produtor gastou R$ 18,5 milhões considerando em média pela dose da vacina este ano R$ 1,49. A vacina teve um aumento no preço de 33%, se comparado com abril de 2010 onde o preço médio da dose era de R$ 1,12. Nos últimos dois anos o reajuste nos preços da vacina contra febre aftosa foi de 21,1%. Pela dose em abril de 2009 o pecuarista pagava R$ 1,23. Em fevereiro desde ano a dose custava R$ 1,25 e em apenas dois meses o acréscimo foi de 2,8%.

AVANÇO - Para Valney Correa, o avanço do status de Mato Grosso perante a comunidade internacional – como Estado livre de febre aftosa sem vacinação – só vai ocorrer se as ações tiverem continuidade. “Não podemos nos acomodar agora que estamos alcançando os melhores índices. Temos de pensar em avançar cada vez mais até que tenhamos, dentro do programa nacional, uma mudança de estratégia, como a não obrigatoriedade da vacinação. Mas isso vai demandar ainda algum tempo e não depende só de nós”.

Segundo ele, o trabalho de vigilância sanitária na fronteira é contínua, mas é preciso que a Bolívia e os estados como Rondônia, Pará e Amazonas também façam sua parte para que Mato Grosso possa ganhar o status de área livre da aftosa sem vacinação. “A Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza a erradicação da aftosa até 2020. Esperamos que antes desta data o país esteja livre da doença”, admite o presidente do Indea. Na região da fronteira, o órgão mantém seis postos fixos e barreiras sanitárias volantes.

ÚLTIMA - A próxima etapa de vacinação contra a aftosa, será em novembro, quando a imunização deverá atingir o rebanho mato-grossense em todas as suas faixas etárias.

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