quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Filipinas fazem enterros coletivos de vítimas do tufão para evitar epidemias


13/11/2013 às 02h45 (Atualizado em 13/11/2013 às 08h03)

Filipinas fazem enterros coletivos de vítimas do tufão para evitar epidemias 

Cheiro dos corpos em decomposição ficou insuportável na ilha de Leyte
Sobrevivente Rosel Honrado, 24 anos, e o filhinho Ian Daniel, de apenas um dia de vida, aguardam resgate de aviao 13.11.13/NOEL CELIS/ AFP
As autoridades locais e organizações religiosas começaram a cavar valas comuns nesta quarta-feira (13) para enterrar os mortos pelo tufão e prevenir o surto de doenças e epidemias, cinco dias depois que o tufão Haiyan arrasou as províncias centrais das Filipinas.

Pelo menos 150 corpos — nenhum deles identificados pelas autoridades — foram enterrados em uma vala comum perto da igreja de Pau, na ilha de Leyte, informou a emissora local GMA.

Nesta região, que ficou totalmente devastada na sexta-feira (8) passada pelo tufão Haiyan, o cheiro dos corpos em decomposição, amontoados nas ruas e sob os escombros, se tornou insuportável, enquanto dezenas de milhares de pessoas necessitam urgentemente de mantimentos de primeira necessidade até a chegada de mais ajuda.

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As autoridades não têm uma solução para lidar com a grande quantidade de mortos, cujos parentes e vizinhos levam continuamente aos lugares religiosos de Pau e ao edifício que foi transformado em necrotério.

Em Barangay Paon, no nordeste da ilha Panay, também há informações sobre um enterro coletivo de 55 pessoas não identificadas.

"Os corpos podem contaminar a água, mas não são os causadores da difusão de doenças", declarou o diretor do Centro Nacional de Epidemiologia, Eric Tayag, à emissora filipina.

A passagem da tempestade tropical "Zoraida" pela região ocidental do arquipélago filipino levou mais chuva a Tacloban e as localidades próximas o que aumentou as enchentes em várias zonas da cidade.

A propagação de doenças como gripe e cólera, além de outras epidemias, é uma das principais preocupações das autoridades locais. As provisões de alimentos e água potável e a provisão de material médico continuam chegando lentamente nas províncias centrais de Samar, Leyte e o norte de Cebu, as mais afetadas pelo desastre natural, apesar de as agências nacionais e internacionais terem começado a atuar na região.

O Conselho para a Gestão e Redução de Desastres das Filipinas elevou para 1.833 o número oficial de mortos em seu último relatório, no qual também confirmou que são pelo menos 2.623 feridos e 84 desaparecidos.

O presidente das Filipinas, Benigno Aquino, descartou ontem à noite que o número de mortos chegue aos 10 mil, como estimaram as Nações Unidas, e indicou que o número deve ficar entre 2 mil e os 2,5 mil, durante uma entrevista à emissora americana CNN.

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