terça-feira, 2 de agosto de 2011
Brasil Maior é lançado sob inflamados discursos nacionalistas
Não foi apenas no nome adotado que o Plano Brasil Maior ganhou ares nacionalistas em seu lançamento, hoje em Brasília. Diante de representantes do setor produtivo, as autoridades brasileiras lançaram mão de um tom intenso de exaltação da indústria nacional frente à “concorrência predatória” externa – termo usado repetidas vezes no evento.
A presidenta Dilma Rousseff declarou-se aliada da indústria nacional e considerou ousado o plano que prevê, entre outras medidas, desonerações de R$ 25 bilhões em dois anos e desembolso de R$ 500 bilhões do BNDES até 2014. As medidas procuram conter o processo de desindustrialização do país
No ápice do discurso favorável ao setor produtivo brasileiro, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, declarou que “o mercado interno deve ser atendido pela indústria brasileira e não por aventureiros que vêm de fora”. A declaração foi acompanhada de aplausos efusivos de uma plateia dominada por representantes indústrias brasileiras.
Segundo Mantega, a previsão do programa de que as compras governamentais terão margem de preferência de até 25% nos processos de licitação para produtos manufaturados e serviços nacionais “vai forçar o conteúdo nacional” nessas aquisiões. “É justo pagar até 25% a mais se o produto ou serviço gera mais empregos e salários no Brasil”, afirmou Aloizio Mercadante, ministro da Ciência e Tecnologia, também seguido de palmas animadas.
Mercadante acrescentou que a primeira política expressiva será feita pelo Ministério da Defesa que terá foco específico em compras de produtos brasileiros, principalmente fardas e coturnos. Também Saúde e Tecnologias da Informação e Comunicação serão alvo dessa medida.
O Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Fernando Pimentel, afirmou ter procuração da presidenta Dilma Rousseff para agir com “tolerância zero” contra importação fraudulenta ou concorrência desleal de produtos estrangeiros. Como medida prática, o MDIC vai quadruplicar o número de técnicos para fazer levantamento sobre ação de concorrência predatória a partir do exterior.
A presidenta afirmou que a economia brasileira tem de estar preparada para “uma avalanche” de produtos manufaturados que chegam e chegarão no Brasil com mais intensidade tendo em vista o cenário de crise internacional.
Dilma classificou a estratégia do Plano Brasil Maior como uma “cruzada em defesa da indústria brasileira diante do mercado internacional que muitas vezes tem ações desleais e predatórias”.
A presidenta disse também que o plano foi pensado "sem ameaçar a estabilidade macroeconômica do país com intervenções abruptas e perturbadoras da economia, sem abrir mão da arrecadação e, sobretudo, sem desrespeitar os direitos dos trabalhadores."
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