São Paulo - O número de investidores pessoa física na Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros (BM&F Bovespa) voltou a subir em maio, após sete meses de queda, encerrando o período com 607.179 cadastros. Setembro do ano passado havia sido o último mês de alta, quando foi registrada a maior quantidade de CPFs da história: 630.895.
Desde então, o número de investidores individuais só caiu, chegando a mínima no intervalo de 596.571 cadastros efetuados. A queda de pessoas físicas fez com que o presidente da BM&F Bovespa, Edemir Pinto, revelasse na semana passada que pretende rever a data dos 5 milhões de investidores individuais até 2014.
"É uma questão mais de tempo do que de quantidade. O potencial existe e é cada vez mais evidente a nossa diferença com relação aos nossos concorrentes", disse o principal executivo da Bolsa brasileira, afirmando ainda que deve divulgar o novo cronograma nas próximas semanas.
"Devemos divulgar junto com a nova política de tarifação da Bolsa", diz. Uma das mudanças será a isenção da taxa de custódia a pequenos investidores. "Falta ainda definir qual é o tamanho desse investidor", comentou.
Edemir explicou que a mudança na data que pretende atingir os 5 milhões de pessoas físicas se deve ao momento que vive a economia externa; de acordo com ele, a forte saída dos investidores estrangeiros - que influencia a saída da pessoa física - está mais ligada à questão da crise na Europa e não deve mudar enquanto não houver o socorro à Grécia. O executivo comentou, porém, que os problemas na Europa não se resumem à Grécia e que Portugal e Espanha também preocupam.
Em outubro do ano passado, quando a quantidade de investidores individuais chegou a 615.694 - um mês depois do recorde histórico de 630.895 -, Edemir disse que havia ocorrido um movimento pontual, depois de dois grandes bancos brasileiros gratificarem seus funcionários com ações. "Não posso dizer quais foram os bancos, mas tive a informação de que houve a migração de alguns funcionários da custódia da Bolsa para a custódia da própria instituição financeira", disse Edemir.
Estudo
Ontem a BM&F Bovespa divulgou uma pesquisa realizada pelo instituto de pesquisa Plano CDE, que mostra que 52% das pessoas que assistiram o comercial da campanha "Quer Ser Sócio?", da própria Bolsa de Valores, consideram a possibilidade de comprar ações nos próximos doze meses. Nesse universo, 45% demonstram disposição para tomar essa decisão num futuro muito próximo. Já entre os entrevistados que não viram a campanha, a intenção de se tornar sócio das empresas brasileiras é de 30%. Por outro lado, 15% das pessoas que viram o filme disseram que rejeitam totalmente o investimento em ações, enquanto entre os que não o assistiram esse índice sobe para 24%.
Entre os principais estados brasileiros, o Rio Grande do Sul é onde as pessoas mais declaram estar dispostas a investir, com 63% do público que teve contato com a campanha, seguido por Distrito Federal (58%), São Paulo (53%), Goiás (50%); Rio de Janeiro (44%), Pará (44%) e Bahia (29%).
A concepção de que os investimentos requerem ajuda especializada diminuiu entre os que assistiram a campanha, apontando 29%, ante 19% de quem não viu; já os que viram a campanha têm a percepção de que investir em ações não é tão arriscado, com 33%, ante 19%, além de terem mais interesse em aprender a investir (54%, ante 48%).
Grande parte dos entrevistados (79%) indicaria investimento em ações apenas por assistir ao comercial da BM&F Bovespa, contra 70% das pessoas que não o viram. Embora a campanha "Quer ser Sócio?" não elimine o medo de investir em ações, ela contribuiu para uma melhor percepção. Metade das pessoas que viram o filme dizem não ter medo de investir em ações, ante 39% das que não viram.
6.330Bolsa de Valores
Nenhum comentário:
Postar um comentário