sábado, 26 de março de 2011
Baixa pressão pode se transformar em ciclone subtropical na costa do Sudeste do Brasil
A especulação diante de dados de inúmeros modelos numéricos que projetam um evento mais significativo na costa do Sudeste do Brasil nos próximos dias não para. Os institutos de meteorologia, alguns sensacionalistas, até chegaram a cogitar a palavra “furacão” para o evento, que até agora não passa de uma remota cogitação.
Os modelos de previsão, principalmente os americanos, projetam sim um sistema mais intenso, cuja denominação passou a ser de “tempestade tropical”, mas nada que venha causar estragos compatíveis aos de um furacão.
No Brasil, o único furacão de que se tem registro foi o Catarina, em março de 2004 no litoral da Região Sul, onde os ventos no oceano chegaram a 176 km/h. O segundo evento não chegou ao status de furacão e sim de tempestade tropical, nomeado de “Anita”, também no litoral da Região Sul em março do ano passado. Os ventos deste sistema alcançaram 85 km/h.
Para o evento que supostamente estaria ganhando intensidade entre o Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia, os centros de pesquisas nacionais foram ao extremo até dando nome de “Arani”, que na linguagem tupi-guarani significa “tempo furioso”.
Ressalta-se que até o momento, nada de concreto foi estabelecido por conta deste sistema. Os centros de pesquisas, principalmente os privados, que vivem se ditar a previsão de tempo para a população, estão fazendo sensacionalismo associando o montante de chuva que caiu no Espírito Santo, leste de Minas Gerais e sul da Bahia nos últimos dias a este evento isolado.
Os mesmos esqueceram-se que por 10 dias tivemos um amplo episódio de Zona de Convergência do Atlântico Sul e nas últimas 48 horas, com o enfraquecimento do mesmo, uma Zona de Convergência de Umidade, que também provocou chuva volumosa nesta parte do Brasil.
Os modelos preveem sim, chuva forte, com acumulado de até 200 milímetros, o que preocupa e muito, principalmente para parte do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia, onde vários municípios podem registrar alagamentos e deslizamentos de terra em virtude do grande volume de chuva. Os ventos no oceano também devem intensificar-se, com rajadas de até 60 km/h.
Em seu boletim técnico, o CPTEC/INPE vê com cautela esse tipo de previsão agora assombrada por outras instituições:
“O destaque para os próximos dias (12 a 15/03) é a previsão de chuvas significativas entre o ES, norte do RJ, leste e nordeste de MG e sul e sudoeste da BA e áreas adjacentes no Atlântico a leste do ES e do sul da BA, devido a áreas de instabilidade formadas pela presença de um cavado e forte difluência em altitude, com a presença de elevada umidade do ar. Os modelos ETA e GFS estão discrepantes em relação a formação de uma ciclogênese no litoral do Sudeste. Nessa nova rodada o ETA está ajustando o campo de pressão com relação ao GFS, pois o mesmo indicava uma área de baixa pressão a leste de SC e do PR. Entretanto o modelo GFS é mais intenso com o centro de baixa pressão nas proximidades do ES do que o ETA, pois este coloca o centro de baixa no dia 15 próximo do litoral do RJ, mas ressalta-se que a área dominante entre o litoral de SP e do RJ é bem ampla de um cavado invertido com fraco gradiente de pressão. Por isso, a partir de 72h (13) haverá grandes diferenças entre os modelos e consequentemente uma baixa previsibilidade. O modelo ETA tem apresentado grandes variações na previsão após 72h, principalmente no que se refere a ciclogênese. Neste caso o modelo GFS tem se mantido mais estável nesse período de previsão em relação a essa ciclogênese. Em 72h o modelo RPSAS apresenta um pequeno núcleo de baixa pressão entre o norte do RJ e o sul do ES com valor de 1003 hPa e nos dias seguintes se assemelha ao modelo ETA em posicionar uma baixa pressão a sudeste do RJ entre 96h e 120h. O modelo GFS em 96h e em 120h (15) continua com a baixa pressão se deslocando para leste no Atlântico e afastada do litoral do ES, o que caracteriza um movimento característico de ciclone subtropical. Devido ao posicionamento da baixa pressão pelo modelo ETA entre o litoral do RJ e de SP entre sábado (12) e domingo (13) esse modelo vem a intensificar as chuvas mais do que o GFS entre o litoral de SP e o Estado do RJ, por isso haverá uma baixa previsibilidade nesse campo meteorológico nessas áreas. Entre os modelos haverá uma boa concordância é na presença de chuvas significativas entre o ES, nordeste de MG e sul da BA. Nessas áreas poderá haver acumulados de chuva que poderão ultrapassar 100mm em 24h em alguns municípios, o que poderá causar alagamentos e transbordamentos de rios.”
De qualquer forma, a população dos Estados citados pode esperar por muita chuva, com possibilidade de rajadas de vento ao longo dos próximos dias, principalmente entre segunda e quarta-feira da próxima semana.
No entanto, vale ressaltar que as informações que circulam na internet de institutos privados em nada de concreto foi constatado até o momento. Tudo é motivo de especulação e que deveria ser tratado com um pouco mais de veracidade por estas instituições. No Brasil, apenas INMET e CPTEC/INPE podem emitir alertas e não centros de fundo de quintal.
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