quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Simpatizantes e opositores de Mubarak .


Simpatizantes e opositores de Mubarak se enfrentam no Cairo
Confronto ocorre na região central da capital egípcia

Adversários e partidários do presidente egípcio Hosni Mubarak se enfrentaram no centro do Cairo nesta quarta-feira, no que parece ter sido uma iniciativa do presidente para tentar acabar com os nove dias de protestos pedindo sua saída.

Manifestantes disseram que alguns dos partidários de Mubarak eram integrantes das odiadas forças policiais, vestidos à paisana. Alguns deles penetraram na multidão em cavalos, camelos e em carruagens puxadas por cavalos, brandindo chicotes e bastões.

Pessoas lutaram e brigaram com pedras e paus, enquanto as tropas do Exército que cercavam a praça não tentaram intervir. Correspondentes da Reuters viram dezenas de feridos. Muitas pessoas fugiram em pânico.

Manifestantes anti-Mubarak disseram que só sairão da praça depois que o presidente deixar o poder.

Khalil, um homem na faixa dos 60 anos, segurando um pedaço de pau, culpou partidários de Mubarak e policiais à paisana pelos confrontos na praça.

"Mas nós não vamos sair", disse ele. "Todos vão ficar."

O Ministério do Interior negou ter enviado policiais à paisana para a praça.

O proeminente oposicionista Mohamed ElBaradei disse esperar que Mubarak deixe o cargo antes de sexta-feira, quando estão programadas manifestações contra o governo, chamadas de "Sexta-feira da Partida". Ele fez os comentários em entrevista à TV árabe Al Jazeera.

Depois dos confrontos na praça do Cairo, ElBaradei pediu que o Exército interviesse para proteger os egípcios, segundo informou a Al Jazeera.

Os enfrentamentos desta quarta-feira começaram quando a pressão internacional sobre Mubarak se intensificou, pedindo que deixe o poder, e os Estados Unidos, seu aliado mais estreito, lhe disseram sem meias-palavras que a transição política precisa começar imediatamente.

Depois de Mubarak aparecer na televisão nacional na noite de terça-feira para dizer que não se candidatará nas eleições previstas para setembro, as Forças Armadas disseram que as reivindicações dos manifestantes foram ouvidas e que era hora de eles deixarem as ruas.

Pouco depois disso, várias centenas de partidários de Mubarak entraram na Praça Tahrir (da Libertação), onde alguns milhares de manifestantes estavam reunidos, e os enfrentamentos começaram, segundo testemunhas.

Foi o nono dia dos protestos que começaram na semana passada, quando a frustração pública com a corrupção, a opressão e as dificuldades econômicas dos 30 anos de governo de Mubarak explodiu.

Uma coalizão oposicionista, que inclui a organização islâmica Irmandade Muçulmana e o Prêmio Nobel da Paz Mohammed ElBaradei, reagiu ao aviso do Exército, lançando um chamado por mais protestos.

A coalizão disse que só negociará com Omar Suleiman, ex-chefe da inteligência nomeado vice-presidente por Mubarak no fim de semana, depois de Mubarak deixar a Presidência.

A oferta de Mubarak de partir em setembro foi sua jogada mais recente na crise. No fim de semana ele mudou nomes em seu gabinete e prometeu reformas, mas isso não foi o bastante para os manifestantes.

Um milhão de pessoas foi às ruas das cidades egípcias na terça-feira, pedindo a saída de Mubarak.

FAZER UMA TRANSIÇÃO LIMPA
O apoio internacional a Mubarak, durante três décadas um elemento fundamental da política do Ocidente para o Oriente Médio e descrito como baluarte contra a expansão do islamismo militante, vem desmoronando enquanto ele procura resistir à crise.

O presidente norte-americano, Barack Obama, conversou com Mubarak pelo telefone por meia hora na noite de terça, depois de o líder egípcio, de 82 anos, anunciar seu plano de deixar o governo em setembro.

"O que está claro e o que indiquei ao presidente Mubarak esta noite é que acredito que uma transição ordeira precisa ser significativa, precisa ser pacífica e precisa começar agora", disse Obama depois de falar com Mubarak.

Também a Turquia, uma voz diplomática importante no mundo muçulmano, está fazendo pressão sobre Mubarak. O primeiro-ministro Tayyip Erdogan disse que o plano de Mubarak de deixar o poder dentro de sete meses não atende à expectativa da população e que a mudança deve começar antes disso.

França, Alemanha e Grã-Bretanha também pediram uma transição acelerada.

Muitos analistas acham que o Exército está tentando assegurar uma transição do poder que lhe permita conservar boa parte de sua influência.

Mas alguns dizem que tensões podem surgir até mesmo no interior do Exército, se Mubarak se ativer ao poder por tempo demais e se o alto oficialato for visto como protegendo um líder que perdeu sua legitimidade.

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