O principal grupo xiita da oposição no Bahrein rejeitou, ontem, a proposta de diálogo feita pelo rei Hamad Isa al-Khalifa para tentar conter os protestos populares.
Isto, apesar do Exército ter retirado os tanques da Praça da Pérola, em Manama, uma das condições dos manifestantes para iniciarem as negociações com o Governo.
“Os militares ficam fora da capital, Manama e a Polícia vai restaurar a ordem”, afirmou, à France Press, um oficial, que pediu o anonimato.
Destacados elementos do grupo xiita Wefaq afirmaram que, para haver diálogo, o Governo deve renunciar primeiro e as tropas abandonarem as ruas da capital.
As manifestações pelos direitos políticos da maioria xiita têm sido violentamente reprimidas.
O número de mortos ultrapassa meia centena, segundo fontes hospitalares. A maior parte das vítimas mortais foi registada, na sexta-feira, após militares terem disparado contra populares que tentavam reocupar a praça Pérola.
O rei Hamad encarregou o filho mais velho, príncipe Salman Bin Hamad Al Khalifa, de iniciar um “diálogo nacional” para resolver a crise política.
O príncipe, que havia anteriormente pedido aos manifestantes que se retirassem das ruas, foi autorizado a dialogar com todos os partidos, refere um comunicado do rei.
Tarde demais
A France Press, que cita a correspondente da BBC no país, Caroline Hawley, disse que proposta de diálogo, apresentada pela dinastia sunita, pode ter sido anunciada demasiado tarde para acalmar os protestos.
“Para começarmos o diálogo, o Governo tem de renunciar e o Exército retirar-se das ruas”, afirmou Abdul Jalil Khalil Ibrahim, um dos líderes do Wefaq.
O grupo político xiita, retirou-se do Parlamento, onde detém 18 dos 40 assentos em protesto contra a reacção do Governo de reprimir os manifestantes que pedem a renúncia do Presidente do país .
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