segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Erro em aplicação de insulina pode ter levado Joaquim à morte, diz polícia

elegado pediu agilidade em laudos toxicológicos para esclarecer o caso.
Criança foi enterrada na tarde desta segunda em São Joaquim da Barra, SP.

Do G1 Ribeirão e Franca
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Joaquim, de 3 anos, foi encontrado morto no rio Pardo, em Barretos, SP (Foto: Divulgação/Arquivo pessoal)Joaquim, de 3 anos, foi encontrado morto no rio Pardo, em Barretos, SP (Foto: Divulgação/Arquivo pessoal)
O menino Joaquim Ponte Marques, de 3 anos, pode ter morrido por um erro na aplicação de insulina, é o que afirma o delegado seccional João Osinski Júnior, diretor do departamento de Polícia Judiciária do Interior (Deinter-3). Na tarde desta segunda-feira (11), em Ribeirão Preto (SP), Osinski afirmou que a hipótese é a mais provável, uma vez que a necropsia feita pelo Instituto Médico Legal (IML) apontou que a criança não apresentava sinais de violência no corpo.
Joaquim era diabético e havia iniciado o tratamento em setembro. O delegado pediu agilidade na conclusão dos laudos toxicológicos para verificar se ele tinha ou não excesso de insulina no organismo.
A mãe de Joaquim, Natália Ponte, e o padrasto dele, Guilherme Longo, foram presos no domingo (10), após o corpo ter sido encontrado no Rio Pardo, em Barretos (SP). Eles são suspeitos no desaparecimento e na morte do menino, e alegam inocência.
"Temos que trabalhar com todas as hipóteses. Mas a hipótese principal é a questão da insulina, por tudo aquilo que já foi divulgado. Logicamente, pode ter sido aplicado mais insulina do que deveria, pode-se ter deixado de aplicar a insulina, ou qualquer outra intercorrência nesse meio tempo que possa ter levado ao desespero do casal e a esse ato", afirma. De acordo com o delegado, os órgãos do menino foram retirados do corpo e encaminhados para exame em laboratório.
Linha do tempo - caso Joaquim (Foto: Arte/G1)
Osinski reforçou que dificilmente o menino foi agredido antes de morrer, e que ele já estava morto quando foi jogado no córrego Tanquinho, próximo à casa onde vivia. "Não há sinal de fratura no corpo. Acompanhei pessoalmente a necropsia. As marcas de violência externa que existem são resultantes do choque do corpo com as pedras e com os galhos do fundo do rio", diz.
Casal suspeito
Para o delegado, não só o padrasto de Joaquim deve ser considerado principal suspeito do crime. "Acredito que o casal seja um forte suspeito, porque na pior das hipóteses eles tinham culpa in vigilando. Uma criança de 3 anos está sob a guarda e responsabilidade dos pais, e portanto, eles têm que saber o que realmente aconteceu", explica.
Osinski aponta que Natália pode ter sido conivente com o homicídio. "Talvez para proteger o padrasto, talvez por ter sido ela a responsável por algum fato que ocorreu, ou principalmente por ela ser uma mãe que ainda está amamentando seu próprio filho mais novo", diz.
Ao contrário da defesa do casal, a Polícia Civil descarta totalmente a possibilidade de haver uma terceira pessoa envolvida no crime. "Já vimos fatos anteriores neste país que mostram a mesma coisa: tentar colocar uma terceira pessoa na cena do crime. Isso não é condizente com a realidade encontrada lá. Não existia arrombamento na residência, e uma criança de 3 anos faria barulho se fosse importunada ou incomodada por uma pessoa estranha, principalmente durante aquela hora da noite", conclui.
Investigação
O corpo de Joaquim Ponte Marques, de 3 anos, foi enterrado na tarde desta segunda-feira (11), no cemitério municipal de São Joaquim da Barra (SP), cidade da família da mãe. Ele foi encontrado no domingo (10), boiando no Rio Pardo, em Barretos (SP), a 121 km da casa da família em Ribeirão Preto (SP), de onde ele havia desaparecido, na madrugada de terça-feira (5).
Centenas de pessoas acompanharam o velório e o enterro e pediram "justiça". Além do pai de Joaquim, o produtor de eventos Arthur Paes, familiares da mãe do garoto também participaram da cerimônia. Natália e Longo, presos desde domingo, não foram autorizados a participar do sepultamento.
Natália foi presa na noite de domingo (11) junto com o marido, principais suspeitos de participar da morte do menino Joaquim (Foto: Márcio Meireles/EPTV)Natália foi presa na noite de domingo (10) junto com
o marido (Foto: Márcio Meireles/EPTV)
Em novo depoimento após a prisão, Natália Ponte afirmou à polícia que Longo teria tentado se matar no domingo (3), dois dias antes do desaparecimento do garoto, aplicando em si mesmo a insulina que era utilizada no tratamento do enteado, que sofria de diabetes.
Para o promotor, a afirmação demonstra que Joaquim pode ter sido morto por superdosagem do medicamento no sangue. Isso porque, Natália conta que o padrasto teria mentido quanto à dose que usou na tentativa de se matar. Primeiro, Longo contou ter aplicado duas unidades da substância em si mesmo. Entretanto, após a mãe entregar à polícia os medicamentos e o aparelho usado na aplicação, que estavam na casa da família, o marido teria contado outra versão, afirmando “ter feito uma autoaplicação de 30 unidades de insulina.”
Natália também afirmou que estava sendo ameaçada de morte por Longo porque queria se separar dele, já que ele havia voltado a usar cocaína. O casal, segundo o promotor, brigava com frequência porque Longo tinha ciúmes de Joaquim. Durante uma dessas discussões, ele chegou a dizer que jogaria o filho do casal, um bebê de 4 meses, contra a parede.
Arthur Paes, pai de Joaquim, é consolado no velório (Foto: F.L. Piton/A Cidade)Arthur Paes, pai de Joaquim, é consolado no velório (Foto: F.L. Piton/A Cidade)
 

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