Supertufão 'Haiyan' pode ter matado 10 mil pessoas, estimam autoridades.
Equipes de resgate trabalham contra o tempo na busca por sobreviventes.
Soldado
prioriza crianças durante a evacuação da cidade de Tacloban. Milhares
de sobreviventes do tufão invadiram o aeroporto nesta terça para tentar
deixar local. (Foto: Wally Santana/AP)
Após um tufão causar destruição nas Filipinas,
uma nova tempestade deve atingir o país nas próximas 12 horas,
começando pela costa leste e ameaçando os trabalhos de ajuda
humanitária, segundo informou o correspondente do Jornal da Globo em
Manila.Nesta terça-feira (12), as equipes de emergência e resgate lutam contra o tempo para ajudar às vítimas do supertufão 'Haiyan' nas regiões centrais do país e nas buscas por possíveis sobreviventes, quatro dias após a catástrofe, informou a agência EFE.
As Nações Unidas afirmaram "que esperam pelo pior" e estimaram o número de mortos em "mais de 10 mil pessoas".
"À medida que temos mais acesso (a outras regiões) encontramos mais e mais gente morta pelo tufão", declarou John Ging, membro do departamento humanitário das Nações Unidas, na sede da organização.
As equipes de limpeza estão tendo trabalho para retirar os montes de cabos, árvores e toneladas de escombros das estradas para liberar a passagem dos caminhões com comida, água potável e tendas de campanha.
Precisamente, a escassez de bens de necessidade primária criou um clima de histeria entre os sobreviventes, que estão famintos e sem nada para beber e perambulam pelas estradas da região.
"Nós estamos tentado trabalhar ao máximo, mas, se ficamos sem água, não podemos fazer muita coisa", declarou Ferdinand Briones, engenheiro chefe do departamento de Infraestrutura, que comanda uma equipe que está trabalhando por 22 horas para levar, dentro dos limites, a normalidade à região.
saiba mais
O porta-voz da Defesa Civil, Reynaldo Balido, declarou que o
restabelecimento da ordem em Tacloban e em outras áreas é uma das
"principais prioridades", enquanto a Polícia Nacional e o Exército
enviaram ao local efetivos de reforço para garantir a paz e a ordem na
região.Enquanto os números extraoficiais falam de dezenas de milhares de mortos na ilha de Leyte, o Conselho para a Gestão e Redução de Desastres prossegue com uma lenta apuração oficial do número de mortos.
O tufão Haiyan se enfraqueceu, foi reduzido de categoria para tempestade tropical, e está atualmente sobre as províncias do sul da China.
O presidente das Filipinas, Benigno Aquino, declarou estado de calamidade em todo o país na segunda-feira (11) por causa da devastação causada pelo supertufão 'Haiyan', que castigou o arquipélago filipino na última sexta-feira.
Após ter visitado a cidade de Tacloban, na ilha de Leyte, Aquino fez o anúncio em uma mensagem emitida pela televisão.
Com esta declaração, o governo filipino poderá impor preços máximos aos artigos de primeira necessidade e controlar os artigos para evitar a especulação e o açambarcamento de bens, como remédio e produtos derivados de petróleo, informou o canal 'GMA'.
A criação de fundos especiais destinados à reparação das infraestruturas e serviços públicos e a concessão de empréstimos sem juros aos setores mais afetados da população também são outras medidas que estão sendo analisadas.
Força
da tormenta e aumentou no nível do mar arrastou um navio de carga para a
terra na região de Tacloban. (Foto: Romeo Ranoco / Reuters)
Ajuda humanitáriaVários países e organizações internacionais começaram a enviar pessoal e ajuda humanitária aos afetados pelo tufão, entre elas as Nações Unidas.
O Governo do Japão anunciou nesta segunda o envio de equipamentos médicos às Filipinas para ajudar os afetados pelo devastador tufão.
"Estamos fechando com o Governo filipino o envio de nosso contingente de emergências hoje mesmo", detalhou o ministro porta-voz do Japão, Yoshihide Suga.
A equipe será formada por cerca de 25 especialistas, médicos e enfermeiras pertencentes à Equipe Japonesa de Ajuda em caso de Desastres.
A Austrália anunciou que dará cerca de US$ 9,3 milhões em ajuda humanitária às Filipinas.
A ministra das Relações Exteriores, Julie Bishop, disse em entrevista coletiva em Canberra que o pacote de ajuda foi aprovado em resposta ao "desastre de grande escala" registrado este fim de semana.
Moradores roubam sacas de arroz de um galpão
em Tacloban (Foto: Noel Celis/AFP)
"As perdas em vidas, os danos à propriedade e aos imóveis foram absolutamente devastadores", disse Bishop.em Tacloban (Foto: Noel Celis/AFP)
A maior parte do dinheiro será destindo principalmente para responder apelo por ajuda de emergência das Nações Unidas, assim como para a Cruz Vermelha e outras organizações governamentais que trabalham na área do desastre.
Os Médicos Sem Fronteiras disseram em comunicado que iniciou o envio de cerca de 200 toneladas de material médico para tratar ferimentos, vacinas contra tétano, tendas de campanha e produtos de higiene, além de uma equipe de 30 médicos, psicólogos e pessoal logístico.
As operações de auxílio também estão sendo atrapalhadas pelos danos em estradas, aeroportos e pontes. Ameaçando agravar a crise nessa área pobre, uma depressão tropical deve chegar a partir de terça-feira à região, causando fortes chuvas.
O Papa Francisco decidiu também nesta segunda-feira fazer uma primeira contribuição de US$ 150 mil de ajuda à população filipina, por meio do Pontifício Conselho Cor Unum.
Enquanto isso, as autoridades filipinas trabalham para restabelecer os serviços básicos.
A Autoridade de Aviação Civil informou que ao longo do dia foram restabelecidas as operações nos quatro aeroportos da região exceto no de Tacloban que limitará sua atividade a horário diurno.
Cerca de 4,5 milhões de pessoas de 36 províncias do país foram afetadas pelo tufão, das quais 330 mil estão em abrigos
Nenhum comentário:
Postar um comentário