quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Obama faz a corte à classe média americana, insistindo na economia

Obama vai ter de convencer os americanos de que ainda pode fazer algo por eles e melhor do que Romney (Tom Pennington/AFP) Ao iniciar-se a convenção democrata na Carolina do Norte, a difícil prestação de contas pelos últimos quatro anos vai fazer-se com o abanar de um espantalho: quem quer voltar ao tempo de George W. Bush? O desafio de Barack Obama na convenção do Partido Democrata que consagra o candidato às presidenciais que começou na noite de terça-feira em Charlotte, na Carolina do Norte, vai ser dar uma resposta convincente à pergunta que Ronald Reagan lançou a Jimmy Carter em 1980 (e a que Carter, um democrata, não conseguiu dar resposta satisfatória, perdendo um segundo mandato na Casa Branca): "Estamos numa situação melhor do que há quatro anos?" O discurso de Mitt Romney na convenção republicana, na semana passada, em Tampa, na Florida, não representou uma reviravolta. Não foi o discurso da vida dele, o momento em que os eleitores olharam para ele como uma real alternativa, alguém em quem votar nas eleições de 6 de Novembro: apenas 38% dos americanos tiveram opiniões positivas sobre a sua prestação (20% consideraram-na excelente, segundo os números da Gallup). Foram os piores resultados obtidos por um candidato numa convenção desde 1996, que foi o ano em que a Gallup começou a fazer estes estudos de opinião. Só para comparar, 58% dos americanos deram nota positiva ao discurso de Obama na convenção democrata de 2008 em Denver. Este ano, quando as sondagens dão mais ou menos um empate técnico a nível nacional entre Obama e Romney, o Presidente vai ter oportunidade de se explicar - já não como um líder promissor, mas como um governante que a muitos desiludiu. Na terça-feira, numa entrevista a uma televisão do Colorado, Obama reconheceu que se tivesse de fazer uma avaliação da sua actuação nos quatro anos de mandato diria que foi "insuficiente". Tal como o programa do Partido Democrata, divulgado segunda-feira à noite nos EUA faz, enumerou medidas que considerou serem "necessárias para o crescimento a longo prazo". Entre elas, "o plano de resgate da indústria automóvel, os planos para tornar os estudos superiores mais acessíveis e o investimento nas energias limpas". Mas a escolha de palavras de Obama foi agarrada com unhas e dentes por Paul Ryan. "Depois de quatro anos de presidência, diz-nos que é "insuficiente"? O Presidente pede-nos para termos paciência?", comentou o candidato a vice-presidente ao lado de Romney, ansioso por desfazer o efeito da gaffe de dizer que tinha corrido a maratona "em menos de três horas". Isso teria sido um tempo fantástico, o que pôs os jornalistas a verificar o seu resultado - que foi mais de quatro horas. Bush, Cheney e Santorum De volta a Obama, e aos conselhos do estratego democrata James Carville, expressos no Financial Times: "A mensagem que [Obama] tem de criar é a de que ele tem lidado com esta crise que herdou. E que os próximos quatro anos têm de se focar em reconstruir a classe média". A economia é o principal campo de batalha de Obama. Enfrentou a maior recessão desde a década de 1930, e a recuperação lenta da economia não tem criado empregos com a rapidez que seria desejável. Nenhum Presidente desde a Grande Depressão conseguiu um segundo mandato com o desemprego acima dos 8% - e a actual é de 8,3%. Em 2007/2009, antes do início da recessão, andava pelos 5% e é fácil atribuir a culpa ao Presidente pelos três milhões de pessoas que perderam o emprego desde que ele entrou na Casa Branca. Mas os democratas pensam pela positiva: tal como em 2008, em Denver, Obama falará num estádio ao ar livre, com capacidade para 74 mil pessoas. A meteorologia pode é não ajudar: prevêem-se trovoadas. A mensagem, reduzida ao osso politicamente por James Carville, é caracterizar a dupla Mitt Romney/Paul Ryan como tendo "a política económica de George W. Bush, a política externa de Dick Cheney ["vice" de Bush], e a política social de Rick Santorum [um muito conservador candidato à nomeação pelos republicanos]". Os democratas têm de convencer os americanos das virtudes da polémica reforma da saúde, por exemplo, da qual muitos ainda desconfiam. Apesar de pela frente terem a promessa dos republicanos de deixarem de financiar, a nível federal, os programas de saúde e de apoio aos mais desfavorecidos - essa responsabilidade passaria para os estados. Dessa forma, Ryan e Romney cortariam radicalmente as despesas. Mas, dizem os democratas, deixariam os americanos mais vulneráveis e desprotegidos face à doença e à pobreza, que atinge 15,3% da população.Até chegar a vez de Obama, a construção da narrativa dos democratas para os próximos quatro anos estará a cargo de figuras de peso, a começar pela primeira-dama, Michelle Obama, mas também pelo ex-Presidente Bill Clinton. Ou até por um mayor hispânico do Texas pouco conhecido, Julian Castro, que fará o discurso de abertura e desperta comparações com o autor do discurso da convenção de 2004, que teve naquele momento o trampolim para o estrelato: Barack Obama. O convite a Castro revela uma aposta do partido na conquista do voto da população hispânica, que os republicanos não estão a conseguir penetrar. Romney até sublinhou que o seu pai nasceu no México - numa comunidade mórmon que vivia do outro lado da fronteira. Mas os democratas têm vários líderes hispânicos nas suas fileiras. A vitória democrata na Califórnia, que está a ser dada como certa, deve-se ao voto dos hispânicos, diz o El País.
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