O Corinthians entra em campo nesta quarta-feira, a partir das 22 horas, diante do Emelec, no Pacaembu, com um sentimento que há tempos não vivia: a pressão. Cair diante dos equatorianos ainda nas oitavas de final da Libertadores pode causar enorme estrago na equipe, até então considerada uma das mais sólidas do Brasil. Nem o técnico Tite estaria livre em caso de vexame.
Obsessão do clube, a Libertadores é apontada como a "competição do ano". Cair diante de uma adversário tecnicamente mais frágil em pleno Pacaembu - sendo que já vem de decepção no Paulistão -, jogo no qual o Corinthians precisa de vitória simples, depois do empate sem gols no primeiro confronto no Equador, ressuscitaria as cobranças em cima do técnico Tite, bastante fortes após queda em 2011 diante do Tolima e também ao longo do Brasileirão.
Na época, Tite foi bancado pelo então presidente Andrés Sanches, após a eliminação na fase preliminar da Libertadores de 2011, e acabou retribuindo com a conquista do Brasileirão. Agora, num ano em que bate recordes e crava sua marca na história corintiana, o técnico e o time se veem no paredão. Não que o novo presidente, Mário Gobbi, vá demiti-lo, mas dificilmente conseguiria contornar nova queda.
O discurso é de raça e luta, misturado com certa cautela. Até a direção já se arma para um possível revés. A precaução é tão grande que o clube antecipou folga para todos do elenco na quinta-feira. Nada de correr o risco de enfrentar a fúria da torcida como no ano passado, quando um grupo de torcedores foi ao CT do Parque Ecológico para protestar, após a queda na Libertadores, e acabou depredando carros.
Para evitar um novo vexame, Tite promete ousadia dentro de campo. "Vamos buscar o resultado desde o início, fazer valer o fator casa, buscar a vitória de forma consciente. A equipe está trabalhada, já jogou muito tempo junto, tem o lastro, a experiência para buscar o resultado", explicou o treinador.
"A pressão vem de todos os lados, não só por passar das oitavas, até por jogar aqui, mas o grupo está preparado e confiante, temos consciência do que temos de fazer e vamos com tudo para quebrar esse tabu", disse o atacante Emerson, ciente de que já são 12 anos sem que o Corinthians alcance às quartas de final da Libertadores - a última vez foi em 2000, quando perdeu para o Palmeiras na semifinal.
Isso quer dizer que o time partirá para cima com tudo? "Não, tem de ter cautela também, não ir com tudo e levar um gol, daí fica bem perigoso. Sabemos da obrigação da vitória, a torcida não pensa diferente da gente, é paixão. Mas o torcedor age diferente, em alguns momentos não consegue entender que a gente foi lá e conseguiu empate e até podia vencer, como também eles podem vir aqui e podem empatar ou nos vencer", disse Emerson.
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