O Conselho de Segurança da ONU exigiu esta sexta-feira que os militares golpistas na Guiné-Bissau libertem imediatamente Carlos Gomes Júnior e Raimundo Pereira, líderes políticos detidos no golpe de quinta-feira.
Os 15 países membros do Conselho de Segurança expressaram “forte condenação pela tomada do poder pela força por parte de alguns elementos das Forças Armadas” e “denunciam esta incursão dos militares na política”.
O exército justificou a intervenção: “O clima de mal estar começou com a chegada dos primeiros armamentos da Missang (a missão angolana) a Bissau, passando por várias etapas até ao momento em que o embaixador de Angola teve a veleidade de ir ao Estado-maior General acusar o Chefe de Estado-maior, diretamente, de estar a preparar um golpe de Estado”, adiantou Dana Na Walna.
O porta-voz dos militares, confirmou que o primeiro-ministro e candidato favorito à vitória nas presidenciais, Carlos Gomes Júnior foi detido, não avançando detalhes sobre o seu paradeiro.
Em comunicado não assinado, o autointitulado Comando Militar justifica a ocupação das ruas para defender o exército do que classifica de “investidas diplomáticas do Governo guineense, que visam aniquilar as Forças Armadas da Guiné-Bissau através de forças estrangeiras”.
Os militares afirmam ter na sua posse, “um documento secreto visando legitimar a intervenção de Angola, através de um mandato do Conselho de Segurança e Paz da União Africana” e que está assinado pelo primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, e pelo Presidente interino, Raimundo Pereira, também detido, tal como o Chefe das Forças Armadas guineenses, António Indjai.
Portugal afasta para já a hipótese de uma intervenção militar depois da Força de Reação Imediata do exército ter elevado o nível de prontidão.
O ministro dos Negócios Estrangeiros explicou que “é um dever do governo português acionar a prontidão de forças que garantam a proteção dos nossos compatriotas… Isso não se confunde com intervenções militares”, esclareceu Paulo Portas.
Em comunicado, o ministério da Defesa esclarece que a força em preparação está apta a efetuar uma “operação de evacuação de cidadãos portugueses” e de outros países.
Vários voos para a Guiné-Bissau foram esta sexta-feira cancelados por causa da instabilidade vivida no país africano e o Comando Militar decretou o recolher obrigatório durante a noite.
Plataforma giratória do tráfico de droga entre a América Latina e a Europa, a Guiné continua a viver dias de incerteza.
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