O Flamengo sagrou-se campeão brasileiro absoluto de natação de 2012 na noite deste sábado, depois de uma década, com 2152,5 pontos. O Troféu Maria Lenk foi conquistado depois de uma briga ponto por ponto com Pinheiros (2070) e Corinthians (1939,5), respectivamente, segundo e terceiro lugares. O Minas Tênis ficou com a quarta posição (1812). Na divisão por sexo, o Corinthians foi o melhor no feminino com 1307,5, seguido por Pinheiros (1066) e Flamengo (951). No masculino, o pódio foi formado por Flamengo, 1201,5; Minas Tênis, 1081; e Pinheiros, 1004.
A última vez que o time rubro-negro subiu no lugar mais alto do pódio foi em 2002, quando a competição foi realizada em Brasília. Há anos a competição não era tão disputada. Em 2012, os quatro primeiros colocados disputaram o título a cada braçada. Agora, Pinheiros e Flamengo estão empatados como os maiores vencedores da competição, com 13 títulos cada.
- Fui campeã como atleta, depois como vice-presidente de esporte olímpico em 2002 e dez anos depois como presidente. Eu vim da natação, do esporte olímpico, tenho orgulho disso e não nego as minhas origens. O projeto era voltar a ser campeão em cinco anos, veio em dois anos e meio. Surpreendente, mas a equipe se portou em e quis vencer. Nós só demos a estrutura - disse a presidente do clube, Patrícia Amorim.
Até a noite do penúltimo dia (27), O Pinheiros liderava e era preciso vencer quase todas as provas para continuar na luta e o Flamengo conseguiu. Mas a noite de casa cheia das arquibancadas às áreas restritas da competição foi de superação em todas as disputas. Fabíola Molina, do Minas Tênis, até dancinha fez na piscina. E não é para menos. Depois de ficar fora das competições por seis meses devido a uma punição por um uso acidental de metilhexanamina, ela viu seu índice para Londres feito há um ano ser anulado e enfrentou uma verdadeira batalha para, aos 37 anos, superar tudo e carimbar o passaporte para sua terceira Olimpíada. Ela esteve em Sydney 2000 e Atenas 2004.
- Tenho que agradecer muito. Hoje de manhã não fiz o índice por pouquinho. Chorei muito à tarde e entreguei tudo a Deus. É muito bom saber que a gente trabalhou e eu consegui passar por tudo isso. Agradeço muito ao Diogo, meu marido, que esteve sempre do meu lado, a minha família, tantos amigos... queria nadar por mim, mas também pelas pessoas que estavam do meu lado. O choro é de emoção e de gratidão - desabafou.
A noite no parque aquático foi de superação e bons tempos. Thiago Pereira conseguiu baixar dos 54 segundos nos 100m costas, 53s86, e se firma como o primeiro nome da prova para os Jogos Olímpicos, mas falou que ainda está analisando se compete ou não esta prova em Londres.
- Não sei ainda. Estou conversando com o Albertinho (Alberto Silva, técnico) e é uma decisão que a gente vai tomar até a seletiva. Ele quer que eu nade, mas estou muito feliz por ter feito 53. Acabei conseguindo finalmente. Valeu mesmo com todo o cansaço conseguir fazer o meu melhor hoje à noite - disse.
A disputa acirrada entre clubes e o parque aquático com excelente público motivou muita gente. Joanna Maranhão, do Flamengo, que nadou pela manhã os 200m borboleta na casa dos 2m13s, fez bonito e venceu na decisão por 2m09s62, muito próxima de seu recorde sul-americano de 2009, 2m09s41. Na versão masculina da prova Leonardo de Deus, também do Flamengo, venceu com 1m55s70 e outra vez fez melhor que o índice da prova, 1m56s86.
Os estrangeiros também voaram. A espanhola Mireya Belmonte, do Flamengo, superou a dinamarquesa Lotte Friis, do Corinthians, nos 400m livre e ainda com os 70 pontos bônus de recorde sul-americano. Ela fez 4m05s70, tempo melhor que o da venezuelana Andreína Pinto, 4m08s80, que segue como a melhor marca do continente.
Entre os homens, os 400m livre foi vencido pelo americano Charles Houchin, campeão pan-americano desta prova em Guadalajara, fez 3m50s11 e, como Mireya fez com o Flamengo, deu ao Minas os 35 pontos de bonificação pela marca brasileira. Armando Negreiros continua como o recordista do país, 3m51s18.
Os revezamentos 4x100m medley incendiaram a torcida. No feminino o Pinheiros de Laure Manaudou, Ana Carvalho, Danielle Jesus e Larissa Oliveira venceu com 4m08s32. No masculino, o Flamengo foi o campeão com Eugene Godsoe, Henrique Barbosa, Felipe Nunes e Cesar Cielo, pelo tempo de 3m36s10.
Premiações individuais - Os atletas mais eficientes (os que mais pontuam em provas individuais) foram Lotte Friis, do Corinthians (310 pontos) e Cesar Cielo, do Flamengo (175). Os melhores índices técnicos ficaram com Jeanette Ottesen Gray, do Corinthians, pela prova dos 50m borboleta, e Felipe França Silva, do Pinheiros, pelos 50m peito.
A última chance - E em 11 dias tem mais. A Tentativa Olímpica CBDA/Correios, de 9 a 12 de maio, também no Parque Aquático Maria Lenk vai fechar a seleção brasileira de natação que representará o país nos Jogos Olímpicos de Londres. O evento contará com as provas que não estão fechadas, ou seja, que não tem dois atletas com índices. A exceção será a disputa de 100m livre masculino, que acontecerá para definição do time completo de revezamento.As provas que possuem uma atleta com índice entrarão na seletiva disponibilizando mais uma vaga.
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