sexta-feira, 23 de março de 2012
UE suspende ajuda financeira ao Mali
A União Europeia suspendeu temporariamente operações de ajuda para o desenvolvimento no Mali, por causa do golpe de Estado deflagrado nesta quinta-feira por militares contra o presidente Amadou Toumani Touré. Anunciou nesta sexta-feira em Bruxelas, o comissário europeu para o Desenvolvimento, Andris Piebalgs.
“Por causa do golpe de Estado desta quinta-feira no Mali, decidi suspender temporariamente as operações de desenvolvimento da Comissão Europeia no país, até que a situação fique mais clara”, disse em comunicado. “Essa decisão não afeta a ajuda humanitária”, destacou.
O comissário reiterou o apelo da alta representante da UE para os Negócios Estrangeiros, Catherine Ashton, no sentido de promover “uma rápida resolução da crise, a restauração da ordem constitucional e realização de eleições democráticas tão cedo quanto possível”.
Para o período 2008-2013, a Comissão Europeia planejava destinar 583 milhões de euros em ajuda para o desenvolvimento do país.
Também nesta sexta-feira o Banco Mundial e o BAD (Banco Africano para o Desenvolvimento) anunciaram a decisão de suspender as ajudas para o Mali, informando que as operações de desenvolvimento estão suspensas, com exceção da assistência de urgência.
Nesta quinta-feira militares do país africano, que se definem como integrantes da Comissão Nacional para o Estabelecimento da Democracia, tomaram o poder em Bamako, após várias horas de combates com a guarda do presidente Mamadou Toumani Touré.
O Mali detinha um regime semipresidencialista, com um presidente e um primeiro-ministro, cargo ocupado por Cissé Mariam Kaïdama Sidibé. O país, com pouco mais de 12 milhões de habitantes, conseguiu a independência da França em 1960.
Os militares decretaram a dissolução de todas as instituições e um toque de recolher obrigatório das 18h às 6h, fecharam as fronteiras do país e pediram aos funcionários que regressem ao trabalho na próxima terça-feira.
Em nota oficial, o Ministério das Relações Exteriores, Itamaraty, informou ontem que os pouco mais de 30 brasileiros que estão no Mali não correm risco e são mantidos em segurança. Porém, expressou preocupação com os efeitos do golpe de Estado. “O governo brasileiro acompanha com preocupação os acontecimentos em curso no Mali, que levaram à ruptura da ordem constitucional naquele país”, diz o comunicado.
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