quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Brasil manda 'mensagem contraditória' sobre meio ambiente para o mundo,

O jornal salienta que a aprovação do código "que flexibiliza as regras para preservar a vegetação e abre a porta para uma anistia para os que foram condenados por delitos de desmatamento, que contribuem para a mudança climática", veio apenas um dia após o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) anunciar que a área desmatada na Amazônia no último ano até agosto foi a menor desde 1988.
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"O novo código colocou em pé de guerra amplos setores do mundo científico, cultural e artístico brasileiro. A votação no Senado ocorreu com vários dias de atraso por causa do enfrentamento entre os senadores ambientalistas e os ruralistas, e pela avalanche de emendas apresentadas ao Código", diz a reportagem.

"Tantas objeções de última hora ao código, que vinha sendo discutido há dois anos e meio, são o puro reflexo da polêmica desatada no Brasil."

Ainda na Espanha, o andaluz ABC chama atenção para a aprovação da lei "que deixa vulneráveis 400 mil quilômetros quadrados da Amazônia, um quinto dela".

Para o jornal, seria como desmatar "uma Alemanha e uma Suíça inteiras".

"Mas há pesquisas que apontam que a área em perigo é de 700 mil quilômetros quadrados, quase uma Espanha e meia desmatada", afirma a reportagem.

"De nada serviram os alertas de diversas organizações não governamentais nacionais e internacionais, ecologistas e da comunidade científica brasileira frente ao poder da indústria agropecuária brasileira no Congresso."

Nos Estados Unidos, o Wall Street Journalobservou que o código "divide a nação" e levanta "preocupações em relação aos custos ambientais da estratégia do Brasil de empregar seus vastos recursos naturais para gerar crescimento econômico".

"Nos últimos anos, o Brasil abriu novas minas na Amazônia e está investindo dezenas de bilhões de dólares na construção de imensas usinas hidroelétricas na Amazônia para colher o potencial energético dos rios da floresta", nota a reportagem.

Devido às mudanças sofridas no Senado, o Código Florestal precisa voltar para a Câmara e seguir para a análise da presidente Dilma Rousseff, que pode sancionar ou vetar trechos do texto.

Em sua reportagem, o Wall Street Journal chama atenção para o "dilema político" que a tramitação do Código ainda criará para Dilma.

"A legislação está de acordo com a visão desenvolvimentista de Dilma, mas sancioná-la corre o risco de alienar os grupos ambientalistas no seu partido de esquerda, que já prometeram pressioná-la para vetar partes do Código."

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