O ministro sírio de Relações Exteriores, Walid al Muallem, classificou nesta segunda-feira de "perigosa" a decisão da Liga Árabe de suspender a participação de seu país na organização, e reiterou que se trata de uma resolução ilegal por não contar com unanimidade. "É um passo perigoso para as atividades árabes atuais e futuras e para as atividades e o papel da própria Liga Árabe", disse Muallem em entrevista coletiva em Damasco, transmitida pela televisão estatal.
O chefe da diplomacia síria reiterou que a resolução adotada no sábado pelos ministros de Relações Exteriores árabes no Cairo é "ilegal" porque necessitaria de unanimidade para sua aprovação, algo que não aconteceu na votação e que contradiz a Carta da Liga Árabe.
A decisão foi aprovada por 18 dos 22 membros da Liga com voto contra do Líbano e do Iêmen e abstenção do Iraque. Os ministros acordaram que a resolução será aplicada a partir da próxima quarta-feira, a menos que uma reunião em Rabat considere que Damasco mudou de atitude e está cumprindo com os requisitos do plano árabe.
"Somos favoráveis a aplicar o plano árabe porque este plano segue a postura síria", disse Muallem, que enumerou uma série de gestos positivos de seu Governo como a libertação de 80 detidos durante a festa muçulmana do Sacrifício.
Além disso, o ministro deu boas-vindas à visita de um comitê árabe à Síria para comprovar a situação do país e pediu a todas as partes envolvidas na crise que participem de uma conferência para o diálogo em Damasco, sem citar a data.
Por outro lado, Muallem reiterou que há uma "clara intervenção estrangeira" na Síria, que na sua opinião é objeto de uma conspiração proveniente de várias partes, sem especificar quais. O ministro criticou declarações recentes de responsáveis americanos e a atitude da Liga Árabe de não ter respondido a elas. "EUA é um membro extra-oficial da Liga Árabe", declarou.
O político sírio também lançou uma mensagem ao povo do seu país, de que não se repetirá a situação ocorrida na Líbia. "Os sírios não deveriam se preocupar, não é necessário que ninguém se inquiete. O cenário líbio não se repetirá porque não há pedidos para isso. A Síria não é a Líbia", disse.
Muallem lembrou que o preço da guerra na Líbia foi de mais de US$ 240 bilhões e considerou que as sanções árabes, dos EUA e da UE têm o objetivo de debilitar o regime de Damasco. Entretanto, ele declarou que a Síria emergirá da crise "mais forte pela consciência de seu povo".
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