sábado, 15 de outubro de 2011

Obama envia consultores militares à África

WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou na sexta-feira o envio de cerca de cem soldados norte-americanos à África Central para ajudar e assessorar as forças do governo de Uganda que combatem os rebeldes do Exército de Libertação do Senhor, acusados de cometer homicídios, estupros e sequestros de crianças.

Obama - que certa vez se referiu ao ELS como uma "afronta à dignidade humana" - deixou claro que os soldados vão exercer funções de treinamento e assessoria para ajudar na captura do líder rebelde Joseph Kony, mas que não vão participar de combates, exceto em casos de autodefesa.

Em carta ao Congresso, Obama disse que os primeiros soldados chegaram a Uganda na quarta-feira, e que serão mobilizados também para o Sudão do Sul, a República Centro-Africana e a República Democrática do Congo, "dependendo da aprovação de cada nação anfitriã".

Os militares dos EUA já mantêm desde 2003 uma base importante no Djibouti, e o envio do novo contingente marca uma ampliação na participação norte-americana em conflitos da África Subsaariana.

"Autorizei que um pequeno número de forças dos EUA equipadas para o combate sejam mobilizadas na África Central a fim de prestar assistência às forças regionais que trabalham para a remoção de Joseph Kony do campo de batalha", disse Obama.

Uma fonte graduada do governo disse que a missão terá duração limitada a alguns meses, e que a maior parte dos soldados enviados faz parte das forças especiais.

Segundo Obama, os soldados "só fornecerão informações, conselhos e assistência às forças da nação parceira, e não irão por si só se envolver em combates com as forças do ELS, exceto se for necessário para a autodefesa".

Tais restrições parecem ter a intenção de tranquilizar os norte-americanos, sinalizando que os EUA não têm intenção de se envolver em novas guerras, depois do protagonismo assumido nos conflitos do Iraque e Afeganistão, e do papel de apoio na campanha da Otan na Líbia.

O Departamento de Estado disse que os soldados foram enviados com consentimento do governo de Uganda. Críticos acusam o presidente de lá, Yoweri Museveni, de usar a luta contra os rebeldes como pretexto para sufocar dissidências políticas.

"Não solicitamos esse apoio, mas agora que ele veio ele é bem-vindo", disse Felix Kulaigye, porta-voz do Exército ugandense, por telefone à Reuters. "Kony é uma ameaça à segurança regional, e quanto antes acabarmos com isso, melhor."

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