quinta-feira, 8 de setembro de 2011

mudanças no mundo após dez anos do 11 de Setembro

Saiba mudanças no mundo após dez anos do 11 de Setembro
William Waack foi aos Estado Unidos para mostrar as consequências e mudanças ocorridas - no país e no mundo - após dez anos dos atentados terroristas.


Há fatos que ficam impregnados na memória das pessoas, os atentados do 11 de Setembro são, sem dúvida, um dos mais impressionantes.

Não foi só a escala do banho de sangue, que levou a vida de três mil pessoas, mortas depois que 19 terroristas suicidas árabes sequestraram quatro aviões americanos e os jogaram contra o Pentágono e as Torres Gêmeas, que formavam o World Trade Center em Nova York.

O impacto do segundo avião contra as torres foi transmitido para o mundo inteiro ao vivo. Assim como o desabamento dos dois edifícios. O chefe do grupo era o terrorista Osama Bin Laden, que dirigia tudo de uma base no Afeganistão. Bin Laden foi morto apenas este ano, num esconderijo no Paquistão.

Não só o impacto inédito dessas imagens, mas as consequências desse ataque nos perseguem até hoje.

O mundo ficou bem mais complicado, os Estados Unidos mais divididos, a hegemonia americana abalada. Não se pode atribuir tudo isso diretamente aos atentados. Talvez a força deles esteja no fato de tornar mais visível o que já acontecia como grandes correntes de transformação.

As Nações Unidas em reforma. Estava mesmo precisando - depois de 50 anos. Mas a reforma, por enquanto, é só no prédio. Existe um novo papel para as Nações Unidas nesse balanço de poder internacional dez anos depois do 11 de Setembro. Os Estados Unidos não se impõe mais sozinhos nenhuma outra potência é capaz de assumir o papel que os americanos vinham representando.

Mas, por incrível que pareça, a solução de conflitos regionais tornou-se ainda mais difícil, dez anos depois do 11 de Setembro. Um bom exemplo vem lá do Oriente Médio, onde tudo começou.

O conflito árabe-israelense continua intratável e sem solução. Israel continuou nesses dez anos aumentando a ocupação de territórios que a Onu diz que deveriam ser devolvidos aos palestinos.

Que, divididos entre si, divididos entre negociar ou resistir, planejam declarar um estado independente recusado pelos árabes quando a Onu o desenhou, há mais de 60 anos.

O presidente Obama, em nome de uma paz que não consegue mediar, pediu aos palestinos que não proclamem o estado independente. Mas 140 países da Onu estão dispostos a reconhecer esse estado.

Seria um mundo completamente diferente ao de dez anos atrás, quando os Estados Unidos reagiram ao 11 de Setembro, partiram para duas guerras no Oriente Médio e prometeram resolver o conflito entre árabes e israelenses?

“Nem tanto”, afirma o veterano embaixador Thomas Pickering, conservador, que articulava os interesses de Washington, na Onu, no auge da força americana. Ele chama atenção para o que considera duas falácias.

A primeira falácia é acreditar que os americanos sempre puderam agir sozinhos. A segunda falácia é acreditar que o mundo atual é multipolar. “Hoje tem sempre alguém que continua pedindo que os Estados Unidos assumam a liderança", lembra o veterano diplomata.

A famosa Times Square para muitos, é um retrato do que seria a civilização do consumo, a civilização materialista, efêmera, baseada apenas em luzes, do mundo ocidental, do mundo americano. E é claro, um terrorista tentou explodir também a Times Square. Essa era a ideia deles dez anos atrás: a de basear-se numa oposição entre o modo de vida ocidental e aquela interpretação religiosa dos terroristas. Essa oposição dez anos depois, ainda existe?

Em países muçulmanos como o Paquistão, radicais religiosos continuam pregando - e têm ótima audiência - que o ocidente com os Estados Unidos à frente estão engajados numa guerra contra o islã. É o que foi usado como justificativa para atentados em várias partes do mundo.

Nesses dez anos, o chamado jihadismo islâmico causou muita destruição e derramamento de sangue. Mas não conquistou qualquer país ou sociedade.

No Cairo, berço de algumas das ideias mais influentes no islã sobre religião e estado, surgiu uma resposta ao radicalismo religioso: o Egito vive uma revolução contra ditaduras. Por liberdades individuais. Valores ocidentais.

Pelo menos até agora, é uma revolução que não foi formulada, dirigida ou mesmo explorada pelos radicais religiosos - até agora.

Mas na visão de Robert Mcfarlane, um ex-conselheiro de segurança nacional dos Estados Unidos, não estaria mesmo no Oriente Médio o fato mais importante dessa década após o 11 de Setembro.

"Nós nos concentramos no Iraque por muito tempo", diz ele. "Enquanto vivemos o mais excitante período da história moderna, que é o surgimento de atores como a Índia, o Brasil e a China. Os Estados Unidos continuarão sendo muito fortes e importantes, mas teremos equivalentes no Brasil e na Índia. Na China não acredito, acho que a falta de recursos fará com que a China se torne mais introspectiva".

É uma análise clássica, geopolítica, de um mundo em rápida transformação. Ligado pela tecnologia da informação e separado por religião. Mundo ainda mais difícil de ser definido entre bons de um lado e maus de outro. Muito mais complicado de ser governado.

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