quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Rebeldes encontram estoque de alimentos e remédios de Gaddafi

Combatentes rebeldes líbios descobriram grandes estoques de comida e remédios mantidos pelo regime de Muammar Gaddafi em Trípoli, que serão utilizados para aliviar a escassez no país, disse o conselho rebelde nesta quinta-feira.

Os rebeldes entraram na capital esta semana após um levante de seis meses que restringiu as rotas de suprimento e causou escassez de alimentos e medicamentos em partes do país.

"Não haverá mais problemas em relação a suprimentos de alimentos, medicamentos e combustível", disse o presidente do Conselho Nacional de Transição, Mustafa Abdel Jalil, numa entrevista coletiva na cidade de Benghazi, no leste.

Ele afirmou que no quartel-general de Gaddafi em Trípoli havia comida suficiente para alimentar uma cidade de 4 milhões de habitantes -- o dobro da capital -- e remédios para o país inteiro durante um ano.

"Muammar Gaddafi impediu de propósito que os líbios tivessem acesso a esses suprimentos, fazendo com que eles passassem fome", disse Jalil, sem dar detalhes sobre onde os estoques estavam ou o que continham exatamente.

O líder dos rebeldes também disse que uma "grande quantidade" de combustível foi encontrada na refinaria de Zawiya, 50 quilômetros a oeste de Trípoli, apreendida pelos insurgentes este mês.

Os rebeldes invadiram esta semana o complexo Bab al-Aziziya, de Gaddafi, após uma operação relâmpago em Trípoli, aplicando um aparente golpe mortal ao governo de 42 anos do chamado "Irmão Líder" no país do norte da África.

Mas o paradeiro de Gaddafi permanece um mistério e as forças leais ao líder continuam a enfrentar as forças rebeldes em regiões diversas, incluindo Trípoli, Sirte -- cidade natal de Gaddafi --, Sabha e em regiões próximas à fronteira da Tunísia.

Jalil pediu que os combatentes pró-Gaddafi se unissem à revolução, dizendo que agora não tinham desculpas para não fazê-lo.

"A revolução está conquistando vitórias após vitórias dia a dia e eles precisam se unir", disse ele. "Não há mais desculpas para não se unir à revolução."

Gaddafi não sairá vivo", diz cirurgião brasileiro que operou rosto do ditador
Gaddafi passeia de carro no complexo Bab Al Azizia em abril; rebeldes cercam prédio onde ele estaria - Foto: Louafi Larbi/Reuters
O cirurgião brasileiro Liacyr Ribeiro, que operou o rosto do ditador líbio, Muammar Gaddafi, diz acreditar que ele será morto pelos rebeldes ou se suicidará, mas não sairá vivo do cerco dos insurgentes.

"Não sairá vivo. Do que pude ver de seu temperamento, ou será morto ou se suicidará", declarou o médico ao contar sobre o contato que teve com o ditador em 1994, quando realizou nele um lifting facial e um implante de cabelo.

O bunker de Trípoli em que Gaddafi se encontra é "incrível" e conta com uma piscina olímpica, duas salas operatórias com "equipamentos alemães excelentes" e uma sala de hospital, relatou.

Ribeiro contou que, naquele ano, participava de um congresso internacional de cirurgia quando foi chamado pelo ministro da Saúde para visitar "uma pessoa muito querida a ele". O cirurgião pensou que se tratava de sua mulher, mas, ao ser levado de carro até o bunker, descobriu que se tratada do próprio ditador líbio.

Segundo o brasileiro, Gaddafi "era muito educado, culto, e falava corretamente o inglês" e, além disso, "não era considerado um ditador sanguinário, tinha aberto [o país] ao Ocidente e era chamado de chefe de Estado".

O líder líbio recebeu-o em "uma tenda" e explicou-lhe o que queria. O médico disse que precisaria de mais informações para avaliar a situação, e Gaddafi levou-o então a um consultório médico dos mais modernos, recordou Ribeiro.

A fortaleza do ditador da Líbia na capital, conhecida como Bab al-Aziziya foi invadida na terça-feira (23) pelos rebeldes, mas não encontraram Gaddafi dentro. Os insurgentes dizem acreditar que ele esteja em um prédio próximo ao bunker, em um apartamento com seus filhos.


Áudio
Um novo áudio de Gaddafi foi veiculado pelo canal de TV Al Orouba nesta quinta-feira. Na mensagem, ele convoca as pessoas a saírem às ruas para lutar contra os "ratos" que trouxeram desgraça para o país. Dessa vez, ele pede aos líbios que tragam mulheres e crianças para "purificar Trípoli".

Gaddafi também pediu a todas tribos líbias que lutem contra a "intervenção estrangeira".

A veiculação do áudio chega no momento em que rebeldes cercam um prédio próximo ao antigo complexo militar de Muammar Gaddafi e dizem acreditar que o ditador esteja escondido em um dos apartamentos com seus filhos. As informações são das emissoras de TV CNN e Al Jazeera e da agência Reuters.

Os rebeldes líbios tentam nesta quinta-feira assumir o controle dos últimos bolsões de resistência em Trípoli e se aproximar de Sirte, a cidade natal e reduto do ditador Muammar Gaddafi.

As forças opositoras ao regime entraram em confronto hoje com soldados leais a Gaddafi quando tentavam aumentar a pressão sobre o último importante bastião das forças dele ao longo da costa do Mediterrâneo, disse um porta-voz dos insurgentes. Os rebeldes se aproximam de Sirte e esperam negociar a rendição dos que apoiam o ditador.

As forças de Gaddafi se retiraram nesta semana das cidades petrolíferas de Brega e Ras Lanuf, no leste, seguindo em direção a Sirte. Ontem, os combates prosseguiram em Bab al-Aziziya, nos arredores do complexo residencial do ditador, e no bairro vizinho de Abu Slim, reduto das tropas leais ao regime.

Os rebeldes pareciam controlar o centro da capital, incluindo a praça dos Mártires, antiga praça Verde, símbolo do regime. Durante o dia, as ruas permaneceram quase desertas em consequência da presença de franco-atiradores.


Busca por Gaddafi
Segundo revista francesa "Paris Match", os rebeldes líbios estiveram perto de capturar Gaddafi ontem.

Segundo o veículo, o ditador se escondia em uma casa em Trípoli, que foi invadida por um grupo de rebeldes. Gaddafi conseguiu escapar, mas acredita-se que ele continue na capital do país. Também há suspeitas de que o ditador tenha fugido para Sirte.

Apesar de Gaddafi e um de seus filhos terem afirmado que o ditador continua na capital, ainda não se sabe seu paradeiro. As forças da Otan, a aliança militar do Ocidente, colaboram com os rebeldes nas buscas do ditador, segundo informou o ministro da Defesa do Reino Unido, Liam Fox. O CNT ofereceu recompensa de US$ 1,6 milhão por Gaddafi, "vivo ou morto".

Em declarações à emissora Sky News, o ministro britânico confirmou que a Otan "está fornecendo recursos de inteligência e de reconhecimento ao Conselho Nacional de Transição líbio (CNT, órgão político dos rebeldes líbios) para ajudá-los a encontrar Gaddafi".

"(A Otan) esteve ontem à noite mais ativa do que esteve nos últimos dias, e o Reino Unido estava entre os países que participaram das operações contra os vestígios do regime (de Gaddafi)", declarou o ministro.

Fonte: Reuters

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