
Médica põe seringas contaminadas com HIV na grade de casa no DF
Um cartaz informava que elas estavam contaminadas. Conselho Regional de Medicina analisa o caso e doutora pode perder o registro profissional.
Uma médica instalou seringas em cima do muro de casa para se proteger de assaltos e acrescentou em um cartaz que elas estavam contaminadas. O caso foi parar no Conselho Regional de Medicina e agora a doutora corre o risco de perder o registro profissional.
Trinta e uma seringas foram colocadas na grade pela dona da casa. O cartaz avisa: “Muro com sangue HIV positivo. Não pule!”. A moradora, que pediu para não ser identificada, confessa: pegou o material no trabalho. "Eu sou médica e consegui isso no hospital. Estão contaminadas", conta.
Ela é ortopedista em um hospital público e diz que tomou essa atitude porque já foi roubada duas vezes. "Da primeira vez foi um cortador de grama, secador de cabelos, máquina fotográfica e a última foi a televisão de tela plana", conta.
Os vizinhos se revoltaram. Com medo, não querem mostrar o rosto. "Se todo morador tomasse uma atitude radical, o condomínio viraria um folclore, né?”, diz um morador.
“É um desrespeito a todas as pessoas que convivem com ela. Você imagina o susto de um vizinho que chega em casa e vê uma coisa dessa. Eu tenho uma vizinha que tem sérios problemas", comenta outra.
Em nota, a secretaria de Saúde do Distrito Federal afirma que a médica está de folga e que assim que voltar ao trabalho vai ser avaliada clinicamente.
A médica trabalha em um hospital perto de Brasília. A direção diz que nenhum funcionário tem autorização para retirar material; e que se for confirmado que as seringas saíram do hospital, vai abrir uma sindicância.
Ontem, depois de dois dias, a médica retirou as seringas do portão, mas o cartaz ameaçador só saiu nesta manhã.
O Conselho Regional de Medicina vai investigar a conduta da médica. E já vê indícios de desrespeito ao código de ética da profissão. Segundo o Conselho, um médico não pode usar seu conhecimento para provocar qualquer tipo de sofrimento físico ou moral.
E caso se confirme que as seringas foram mesmo retiradas de um hospital público a situação dela fica ainda mais complicada.
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