O governo agiu rápido e conseguiu, ainda na noite desta terça-feira (02), evitar temporariamente a criação de uma CPI para investigar as denúncias de irregularidades no Ministério dos Transportes. Logo após o líder do PSDB, senador Alvaro Dias (PR) encaminhar à Mesa o pedido com as 27 assinaturas, que correspondem a um terço da composição da Casa, para a criação da CPI, o senador João Durval (PDT-BA) retirou seu nome. Agora, a oposição precisa de mais uma assinatura.
Alvaro Dias fez anúncio no Plenário de que havia conseguido 27 assinaturas. (Foto Moreira Mariz) Alvaro Dias fez anúncio no Plenário de que havia conseguido 27 assinaturas. (Foto Moreira Mariz)
As denúncias de corrupção vincularam as irregularidades no Ministério dos Transportes a um esquema que beneficiaria políticos do PR. E acabaram por provocar a queda, em julho, do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, e de outros 26 subordinados.
No lugar de Nascimento - que voltou a exercer seu mandato de senador pelo Amazonas e se defendeu das acusações nesta terça em Plenário - assumiu o então secretário-executivo do Ministério, Paulo Sérgio Passos, apontado como homem de confiança da presidente da República, Dilma Rousseff.
A CPI, se instalada deverá, segundo Alvaro Dias, investigar os "graves problemas" na contratação de serviços, obras e processos licitatórios a partir de relatórios e outros documentos produzidos pelo Tribunal de Contas da União (TCU) que evidenciaram a existência de irregularidades no Ministério dos Transportes e nos órgãos vinculados a ele, como o Dnit.
Surpreendido, Palácio do Planalto já havia determinado ao líder do governo na Casa, senador Romero Jucá (PMDB), que tentasse evitar a instalação da CPI. o prazo encerrava-se à meia-noite desta quarta-feira.
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