sexta-feira, 19 de agosto de 2011
Bolsas em novo dia de pânico
São Paulo. A Bovespa voltou a registrar fortes perdas na sessão de ontem, acompanhando o movimento de pânico visto nas bolsas no exterior. Em pouco mais de uma hora de pregão, o Ibovespa desabou 2,7 mil pontos, superando 5% de perdas. Melhorou um pouco depois, ao menos para segurar os 53 mil pontos.
O Ibovespa terminou o dia em baixa de 3,52%, aos 53.134,10 pontos, no pior nível em mais de uma semana (desde os 51.395,29 pontos de 10 de agosto). Na mínima, registrou 52.246 pontos (-5,13%) e, na máxima, os 55.037 pontos (-0,07%). Com o tombo de ontem, as perdas em agosto voltaram a crescer, para 9,67%. No ano, a queda acumulada é de 23,33%. O giro financeiro totalizou R$ 6,930 bilhões.
O corre-corre visto logo na abertura dos negócios foi uma correção ao comportamento externo, onde as bolsas reagiram em baixa à revisão das projeções de crescimento da Europa e Estados Unidos pelo Morgan Stanley e também à safra de indicadores ruins norte-americanos. O pior deles foi a produção industrial do Fed da Filadélfia, que desabou para -30,7 em agosto, de 3,2 em julho, diante da previsão de 1,5. Embora o indicador seja pouco relevante, o tamanho da queda assustou os investidores. Os pedidos de auxílio-desemprego na semana passada nos EUA subiram 9 mil (previsão de + 5 mil); o CPI de julho teve alta de 0,5%, a maior elevação desde março deste ano e acima da estimativa dos economistas, de +0,3%; e as vendas de imóveis usados em julho ante junho recuaram 3,5%, ante previsão de +4%.
O Dow Jones terminou o pregão com perda de 3,68%, aos 10.990,58 pontos. O S&P perdeu 4,46%, aos 1.140,65 pontos, e o Nasdaq recuou 5,22%, aos 2.380,43 pontos.
Não foi bem uma "Black Thursday", como o fatídico 24 de outubro de 1929 em Wall Street, mas na Europa muita gente deve ter tomado calmante. O FTSE-100 da Bolsa de Londres recuou 4,49%; em Paris, o CAC 40 perdeu 5,48%, e, em Frankfurt, o Xetra DAX caiu 5,82%. A Bolsa de Milão, por exemplo, chegou a desabar 7,50%, para fechar o dia em queda de 6,15%.
Quinta-feira daquelas
Quem chegou para trabalhar nas corretoras de ações ontem, pegou uma quinta-feira daquelas: bastou cerca de uma hora de negócios para que a Bovespa perdesse o equivalente a um Banco do Brasil e a uma Braskem juntos, e ainda sobraram uns bons trocados.
Quanto do tombo dos mercados acionários pode se atribuir à influência do calendário, quase como uma lei da queda das quintas-feiras? "Isso é folclore, mas, por outro lado, até o folclore o mercado negocia também", diz Jorge Simino, 57 anos, veterano no mercado acionário, com 30 anos de carreira, muitos dos quais como analista e depois gestor de fundos do Unibanco. Hoje, Simino é diretor de investimentos da Fundação Cesp.
Para ele, o mercado não fica olhando a "folhinha" do calendário, e a prevalência das quintas-feiras como sessões marcadas por quedas fortes no preço das ações. "O mercado está olhando os acontecimentos na Europa hoje, com o medo de saques nos bancos alemães." Apesar de não ter a magnitude de um "crash", a queda hoje das bolsas mundiais é suficientemente grande para deixar os investidores nervosos, disse Sanders.
Câmbio
O dólar à vista fechou com ganho de 1,20%, a R$ 1,602 no balcão. Na BM&F, o dólar pronto encerrou com valorização de 1,53%, cotado a R$ 1,609. Até 16h29, o giro financeiro total registrado na clearing de câmbio somava US$ 2,919 bi, dos quais US$ 2,512 bi em D+2.
Giro
6,9 bi de reais foi o giro financeiro ontem na Bovespa. As perdas em agosto voltaram a crescer. No ano, a queda é de 23,33%
NESTE ANO
Quase 13 mil deixam mercado de capitais
São Paulo. A queda do Ibovespa está mantendo os investidores pessoa física fora do mercado acionário ao contrário dos planos da BM&FBovespa de ampliar essa base. Profissionais do mercado avaliam que esse tipo de investidor ainda não se sente seguro em deixar recursos aplicados em bolsa durante períodos turbulentos. Para eles, o retorno desses investidores só será possível quando a Bovespa engatar uma melhora e sustentar seguidas altas frente as perdas acumuladas de 20% no ano.
Desde o começo do ano, a Bolsa perdeu 12.682 pessoas físicas, reduzindo para 598.233 essa base de investidores. A ideia, no fim do ano passado, era ter 5 milhões de CPFs cadastrados até 2015, mas a meta foi revista para 2018.
Segundo o analista do HSBC Research, Paulo Ribeiro, a aversão geral ao risco global e o fraco desempenho do mercado de ações local reduziu o apetite da pessoa física na Bovespa. Recentemente, o presidente da BM&FBovespa, Edemir Pinto, disse que se surpreendeu com o comportamento das pessoas físicas, que não saíram em massa diante da crise. Segundo ele, isso é amadurecimento.
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