sábado, 20 de agosto de 2011
BCE tem um “plano secreto” para destruir o euro, diz economista
São Paulo – As declarações do membro do comitê de política monetária do BCE (Banco Central Europeu), o alemão Juergen Stark, contribuem para a instabilidade dos mercados e revelam um “plano secreto” para derrubar o euro, afirma o economista global do UBS, Paul Donovan, em relatório distribuído para clientes na manhã desta sexta-feira.
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Stark disse ao jornal alemão Handelsblatt que não defende a emissão de um título de dívida comum para a Zona do Euro. Os “Eurobonds” teriam as garantias de todos os países integrantes da região, o que poderia aumentar a confiança dos investidores. Atualmente, por exemplo, quando a Itália vai ao mercado, a garantia é apenas o seu orçamento.
Para Donovan, Stark tem, na verdade, um “plano secreto para destruir o euro”. “Ele não gosta dos Eurobonds ou de juros baixos, ou ainda um maior EFSF (plano de recompra de títulos dos países da Zona do Euro). Ele gosta de dor e disciplina (fiscal). Esse tipo de comentário aumenta as dúvidas dos investidores e a viabilidade do euro”, dispara.
O membro do BCE também disse que manter o juro baixo por muito tempo é perigoso e traz muitos riscos. “Uma política como essa contribui para a tomada excessiva de risco e investimentos errados e, portanto, mina o crescimento potencial da economia”, disse ele.
Nos EUA
O economista avalia que, nos EUA, a política para os mercados não é tão temerária. “O que dá medo é a mudança inacreditável nos números de confiança, que são inconsistentes com os dados da economia real, mas consistentes com o teor da mídia”, ressalta.
Não há razão para tentar utilizar rótulos como “segundo mergulho – double dip em inglês” ou “recessão”. Ele explica que a economia mundial tem partes boas e partes ruins e que há uma resposta em “loop” dos mercados. “O tumulto financeiro pode mudar a provisão de crédito, ou o comportamento de poupança dos consumidores”.
“Vale reiterar que o quanto mais extremo são as posições do mercado (especialmente se esse extremismo está ligado à economia real) mais extremas possivelmente serão as respostas políticas. Os mercados precisam lembrar que eles existem no sofrimento dos políticos”, finaliza.
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