

Cairo, 14 jul (Prensa Latina) Com a ação de retirada de serviço de 669 altos oficiais policiais, a junta militar egípcia acredita que vai acalmar os manifestantes concentrados na praça Tahrir, os quais ameaçam reeditar os protestos do início do ano.
Além disso, as prometidas eleições gerais, programadas para setembro, ficam adiadas para setembro-outubro, conforme uma reportagem da agência noticiosa oficial MENA difundida aqui.
A ordem de retirada foi anunciada pelo ministro do Interior egípcio, Mansur Essawy, que especificou que 505 dos que receberam baixa são generais, 82 coronéis e os demais oficiais de diversos níveis, em essência, a espinha dorsal de um dos instrumentos do poder que acudiu com mais frequência o ex-presidente Hosni Mubarak, agora internado em um hospital.
Em rigor, a erupção de protestos no Egito atingiu seu clímax no final de janeiro, mas desde o fim de 2010 tinham-se registrado protestos em diversas cidades, entre elas Suez, reprimidas a sangue e fogo pela polícia e a temida mujabarat (inteligência).
A partir de 1 de agosto, esses policiais deixarão seus postos, uma das demandas de centenas de pessoas que estão concentradas na central praça cairota, epicentro dos protestos populares que forçaram Mubarak a renunciar a seu cargo e refugiar-se em sua mansão da cidade balneário de Sharm El Sheij.
Na quarta-feira, meios oficiais egípcios prometeram que os julgamentos contra servidores do governo anterior acusados de diversos delitos, em especial malversação de fundos, serão a portas abertas e transmitidos por circuito fechado a telas de televisão nos arredores dos tribunais.
As próximas 24 horas dirão se a retirada dos altos oficiais da polícia surte o efeito esperado pelo governo militar de transição, pois a sexta-feira é o dia sagrado muçulmano dedicado à oração, após a qual os manifestantes costumam sair das mesquitas a expressar suas exigências.
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