domingo, 24 de julho de 2011
Petrobras anuncia investimentos de US$ 224 bilhões até 2015
Em reunião realizada hoje (22), em Brasília, o Conselho de Administração da Petrobras aprovou, depois de três tentativas da companhia, o Plano de Negócios da estatal para o período 2011-2015 e que totalizará investimentos de US$ 224,7 bilhões (o equivalente a R$ 389 bilhões), volume US$ 700 milhões superior aos investimentos previstos no Plano de Negócios 2010-2014.
O Plano de Negócios 2011-2015 prevê a aplicação de 95% dos investimentos (US$ 213,5 bilhões) em atividades desenvolvidas no Brasil e 5% (US$ 11,2 bilhões) no exterior, contemplando um total de 688 projetos.
Em relação ao total dos investimentos, 57% se referem a projetos já autorizados para execução e implementação. A estatal priorizou mais uma vez os investimentos em exploração e produção (E&P), cuja participação no total dos investimentos passou de 53% do plano anterior para 57% no atual, o equivalente a US$ 127,5 bilhões ante os US$ 118,8 bilhões do período anterior.
Segundo o novo plano, 87% dos investimentos em E&P estarão concentrados nos novos projetos incluídos no portfólio, com destaque para o desenvolvimento das áreas do pré-sal e da cessão onerosa.
A área de refino, transporte e comercialização terá 31% do total dos investimentos, ante os 33% do plano anterior, com os investimentos, neste caso, caindo dos US$ 73,6 bilhões do plano 2010-2014 para US$ 70,6 bilhões nos próximos cinco anos.
O segmento de Gás e Energia também terá redução de investimentos passando de 8% para 6% do volume total: de US$ 17,8 bilhões para US$ 13,2 bilhões; o mesmo ocorrerá com a de Petroquímica cujos investimentos caíram de US$ 5,1 bilhões para US$ 3,8%.
Já a área de Distribuição ficará com investimentos de US$ 3,1 bilhões, contra os US$ 2,4 bilhões do plano anterior. Também cresceram os investimentos no segmento de Biocombustível, passando de US$ 3,5 bilhões para US$ 4,1 bilhões.
A Petrobras esclareceu que, em relação à carteira de projetos que representava os US$ 124 bilhões do plano anterior foram retirados projetos equivalentes a US$ 10,8 bilhões em investimentos.
Depois de ser vetado por duas vezes, o programa foi finalmente validado com um valor pouco acima do anterior, apenas 0,3% ou 700 milhões de dólares a mais do que no plano anterior, que cobria o período de 2010 a 2014.
Os vetos, segundo fontes, teriam sido por conta do valor elevado apresentado inicialmente, na casa dos 260 bilhões de dólares. O Conselho teria recomendado à Petrobras um corte de pelo menos 30 bilhões de dólares.
Dos investimentos previstos, 57% serão destinados à área de exploração e produção, 31% para a área de abastecimento e refino, 6% para gás e energia, 1% para a área corporativa, 2% para petroquímica, 1% para distribuição e 2% para biocombustíveis.
Pré-sal – Os investimentos da Petrobras no pré-sal correspondem a 45% do valor orçado para E&P no Brasil e aproximadamente 50% do montante reservado ao desenvolvimento da produção. Para a estatal, a participação do pré-sal na produção nacional de petróleo passará da estimativa de 2% em 2011 para 40,5% em 2020.
No plano, a Petrobras explica que o aumento da participação da produção do pré-sal está relacionado aos maiores investimentos nesses ativos e, principalmente, a elevada eficiência já comprovada nos Testes de Longa Duração (TLD) e projeto piloto de Lula (ex-campo de Tupi). O primeiro poço a produzir em escala comercial no pré-sal do campo de Lula já é o poço mais produtivo da companhia.
Desta maneira, a meta de produção total para o horizonte de cinco anos apresentou um aumento em relação ao plano anterior, alcançando 3,993 milhões boed em 2015, sendo 3,070 milhões de bpd de produção de óleo no Brasil (543 mil boed referentes ao pré-sal). A meta de longo prazo implicou um significativo crescimento, passando de 5,382 milhões boed para 6,418 milhões boed em 2020 (4,910 milhões bpd referente à produção de óleo no Brasil). Segundo a estatal, este acréscimo deve-se basicamente à ampliação da participação da produção esperada do pré-sal e à introdução da produção nas áreas da cessão onerosa, realizada no processo de capitalização no ano passado.
Desinvestimento – O plano de negócio da Petrobras de 2011 a 2015 prevê, pela primeira vez, um desinvestimento de 13,6 bilhões de dólares. De acordo com o empresa, o objetivoda medida é dar maior eficiência à gestão dos ativos e rentabilidade para a companhia.
No plano, a Petrobras descarta uma nova emissão de ações e explica que a geração operacional de caixa mantém-se como a principal fonte de financiamento do orçamento de 224,7 bilhões de dólares previsto para até 2015. O fluxo de caixa para o período somará até 148,9 bilhões de dólares. "Os recursos adicionais necessários para o financiamento do Plano serão captados exclusivamente através da contratação de novas dívidas, junto às diversas fontes de financiamento que a Companhia tem acesso no Brasil e exterior", diz o documento.
Redução em 2011 – Para 2011, a Petrobras reduziu a sua previsão de investimentos, de 93 bilhões de reais para 84,7 bilhões de reais. Quando comparado com o realizado em 2010 (76,4 bilhões de reais), mesmo com a diminuição, os investimentos representam elevação de 11%.
Quanto à sua meta de produção para este ano, a companhia a manteve em 2,1 milhões de barris por dia. Já a estimativa para a produção total de óleo e gás no Brasil e exterior prosseguiu em 2,772 milhões boed (barris de óleo equivalente/dia).
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