sexta-feira, 22 de julho de 2011
Líder republicano rompe negociações sobre dívida com Obama
O presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, o republicano John Boehner, rompeu negociações com o presidente norte-americano, Barack Obama, nesta sexta-feira relativas a um acordo para redução do déficit e evitar que o país entre em default.
Em um desenrolar de eventos dramáticos, faltando 11 dias para o prazo final para a elevação do teto da dívida, Obama expressou pesar quanto à estratégia do líder republicano, afirmando que era "difícil de entender porque Boehner desistiria desse tipo de acordo".
Boehner, em uma carta para colegas do Congresso, disse que ele e Obama não conseguiram chegar a um acordo sobre um pacote de redução do déficit e que os dois tinham "visões diferentes para o país."
Uma profunda divisão sobre um possível aumento da receita com a elevação de impostos estava no centro do impasse.
Com a rápida aproximação do prazo de 2 de agosto para que o Congresso aumente o teto de 14,3 trilhões de dólares da dívida, Boehner disse que iniciaria conversas com líderes do Senado em "um esforço para encontrar um caminho que leve para frente". Um assessor afirmou que é necessório definir um acordo até segunda-feira.
"Agora ficamos sem tempo", disse Obama, insistindo que fez uma oferta "extraordinariamente justa" a Boehner. O presidente disse que convocaria líderes democratas e republicanos para a Casa Branca no sábado, em um esforço de última hora para encontrar uma forma de prosseguir.
Ele afirmou que o fracasso em atingir um acordo para elevar o teto da dívida aumentaria a chance de que haja uma perigosa redução da classificação de risco, atualmente em "AAA", do país.
Mohamed El-Erian, co-vice-presidente de investimento da Pacific Investment Management, que gerencia mais de 1,2 trilhão de dólares em ativos, disse à Reuters: "Se as duras negociações não forem revertidas nos próximos dias, esta desagregação será altamente prejudicial para a saúde já frágil tanto dos EUA quanto das economias globais", disse.
O rancoroso rompimento das negociações ocorreu após Obama afirmar mais cedo nesta sexta-feira que estava preparado para fazer "duras escolhas" para um acordo sobre a redução do déficit, apesar de alertas de democratas para que ele não fizesse concessões em excesso.
O presidente democrata pediu comprometimento de ambos os partidos conforme ele e Boehner, mais importante republicano do Congresso, buscavam um plano para cortar até 3 trilhões de dólares em gastos.
Obama enfrentou um número crescente de queixas dos próprios democratas sobre a formação de um acordo que poderia representar dolorosas restrições à saúde pública e programas ligados à previdência, mas não elevariam impostos imediatamente.
O presidente norte-americano disse que ofereceu à Câmara cortes de 1 trilhão de dólares em despesas discricionárias e mais 650 milhões de dólares em programas. Ele afirmou ainda que buscaria uma arrecadação adicional de 1,2 trilhão sem aumentos de impostos.
Republicanos se recusaram a aceitar um acordo para elevar o teto da dívida caso inclua aumento de impostos.
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