CARACAS (VENEZUELA) - Governistas e oposicionistas expressaram o desejo de que o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, se recupere da operação a qual foi submetido e cuja verdadeira causa, a retirada de um tumor cancerígeno, só foi anunciada ontem em um pronunciamento do mandatário em rede nacional.
O deputado governista Dario Vivas, membro do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), disse que "estamos seguindo suas diretrizes e avançando com maior força".
Ele aproveitou a ocasião para mandar um recado para Chávez: "Fique o tempo necessário porque o partido da revolução está aqui trabalhando com o povo para a continuidade do processo revolucionário".
A aliança opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) manifestou seus desejos para que o chefe de Estado recupere plenamente sua saúde. O secretário-geral da MUD, Ramón Guillermo Aveledo, declarou que o episódio coloca em destaque o valor da verdade para todos os venezuelanos.
Para Aveledo, "se desde o começo [Chávez] tivesse dito a verdade não teria gerado a angústia, incerteza e rumores causados pela falta de transparência, indispensável em uma democracia".
Ele ainda sustentou que "o presidente deve preocupar-se em recuperar completamente sua saúde e eles [os ministros] em curar o governo que está doente, incapaz de resolver os problemas do país".
Outro representante da oposição, o político Teodoro Petkoff, disse que "se o presidente retornar e nos apegarmos à Constituição, ao mesmo tempo em que o vice-presidente [Elias Jaua] assumir temporariamente a Presidência, não devemos esperar nada dramático para o país".
Segundo Petkoff, o discurso de Chávez responde às aspirações de ser reeleito nas eleições do próximo ano. "Este discurso fez parte de sua própria campanha eleitoral, o tom usado e as referências românticas têm um fio notadamente eleitoral".
Em seu pronunciamento, o presidente explicou que "os estudos confirmaram a existência de um tumor com a presença de células cancerosas, o que exigiu uma necessária segunda intervenção, que permitiu a extração total do tumor". Emocionado, ele manifestou sua esperança na plena recuperação.
Após o anúncio, centenas de militantes chavistas e parlamentares do PSUV se reuniram na Praça Bolívar, no centro de Caracas, para manifestar seu apoio e solidariedade ao chefe de Estado. A segunda vice-presidente da Assembleia Nacional, Blanca Eekhout, fez um chamado à militância e simpatizantes do presidente para tomar as ruas e demonstrar a força do processo revolucionário.
Na manhã de hoje, o chefe do Comando Estratégico Operacional (CEO) da Venezuela, general Henry Rangel Silva, disse que o mandatário retornará "em breve" ao país, ainda que não anunciou uma data certa. Em declarações na TV estatal, ele disse que o regresso do governante depende da evolução de sua saúde, que está em "grau de recuperação bem alto".
O militar esteve em Havana, capital de Cuba onde o presidente se recupera da cirurgia, e se reuniu com Chávez. Segundo Silva, o presidente está "sorridente, alegre, ativo e com as carcaterísticas que o enfeitam".
Nenhum comentário:
Postar um comentário