sábado, 2 de julho de 2011
Dólar tem desvalorização pelo 4º dia seguido, com menor valor desde 2008
O dólar comercial registrou nova queda nesta quinta-feira (30) e volta a preços não registrados desde o fim de abril. A moeda norte-americana recuou 0,63%, a R$ 1,562 na venda. Essa foi a quarta queda seguida. Com isso, a moeda norte-americana tem o menor valor desde o dia 1º de agosto de 2008, quando fechou em R$ 1,561, segundo dados do Banco Central.
Na quarta, a moeda recuou 0,38%, a R$ 1,570, na compra, e R$ 1,572, na venda. O menor valor desde 27 de abril.
Na terça-feira, o dólar comercial teve queda de 1,12%, e fechou a R$ 1,578, na venda. Na segunda-feira, a moeda caiu 0,49%, a R$ 1,596.
Em junho, o dólar acumulou baixa de 1,14%. No ano, a queda é de 6,24%.
Contratos futuros e derivativos em vencimento
A queda do dólar foi influenciada também pela rolagem de contratos futuros e derivativos em vencimento. Nos próximos seis meses, no entanto, alguns fatores no mercado internacional devem tornar mais difícil a valorização do real.
Para Marcelo Kfoury, economista-chefe do Citigroup no Brasil, o fim do programa de estímulo financeiro dos Estados Unidos e a perspectiva de uma queda das commodities tira combustível da queda do dólar. "Nossa projeção para o final do ano é de 1,60 (real)", disse.
Kfoury também não espera que a intervenção do governo no mercado de câmbio volte a ser intensa como no primeiro trimestre de 2011, quando o Banco Central lançou mão de compras à vista, a termo e no mercado futuro, além de medidas fiscais do Ministério da Fazenda, para brecar a queda do dólar.
"O fluxo diminuiu muito", argumentou. A entrada líquida de dólares no primeiro trimestre somou US$ 35,6 bilhões, enquanto no segundo trimestre caminhava para ficar em torno de 5 bilhões de dólares, segundo o BC.
Ainda assim, o BC já reforçou as compras no mercado à vista, com dois leilões por dia desde quarta-feira, contra apenas um nas semanas anteriores.
O segundo semestre também marca a adoção de um novo cálculo para a Ptax, taxa de referência do mercado de câmbio e usada na liquidação de contratos futuros e outros derivativos.
A perspectiva é de que a nova taxa deva diminuir o volume do mercado de "casado" (operações combinados entre o mercado à vista e o futuro), com efeito também sobre o mercado à vista. O giro deve encolher e ficar mais compatível com o fluxo real de dólares ao país, avaliam profissionais de mercado.
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