








Israel apresentará uma denúncia à ONU contra o Líbano e a Síria pelas manifestações no domingo em sua fronteira para marcar o 63º aniversário da Nakba (Catástrofe) - termo que os palestinos usam para descrever sua derrota e deslocamento na guerra durante a formação do Estado de Israel, em 1948.
A delegação israelense na ONU denunciará a violação do direito internacional e das resoluções do Conselho de Segurança pelo fato de os dois governos árabes terem permitido que os manifestantes se aproximassem da fronteira, segundo a imprensa local.
Alguns em Israel suspeitam de influência do Irã na tentativa de invasão do território israelense, com a ajuda dos aliados de Teerã na região: Síria; o braço armado do Hezbollah, no Líbano; e o grupo islâmico Hamas, em Gaza. Autoridades palestinas dizem que as marchas foram puramente uma iniciativa palestina, organizada por ativistas, muitos dos quais vivem no exílio.
O presidente palestino, Mahmud Abbas, declarou nesta segunda-feira três dias de luto pela morte de ao menos 12 pessoas nas marchas em direção às fronteiras de Israel desde a Faixa de Gaza, Síria e Líbano, manifestações que marcaram uma nova tática por um Estado Palestino.
Palestinos participam no campo de refugiados de Ain el-Helweh, de procissão fúnebre de três mortos por disparos israelenses na fronteira com o Líbano no domingo (16/05)
Foto: AFP
Palestinos participam no campo de refugiados de Ain el-Helweh, de procissão fúnebre de três mortos por disparos israelenses na fronteira com o Líbano no domingo (16/05)
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Palestinos participam no campo de refugiados de Ain el-Helweh, de procissão fúnebre de três mortos por disparos israelenses na fronteira com o Líbano no domingo (16/05)
Palestino é visto sobre carro durante choques com soldados israelenses após protestos para marcar a Nakba no bairro de Issawiyeh, em Jerusalém Oriental (15/05)
Manifestantes palestinos se protegem depois de soldados de Israel abrirem fogo durante marcha pela Nakba na vila de Maroun el-Rass, Líbano (15/05)
Corpo de manifestante morto por disparo é carregado na vila de Maroun el-Rass, Líbano, depois de soldados de Israel abrirem fogo durante marcha pela Nakba (15/05)
Manifestante ferido por disparo é carregado na vila de Maroun el-Rass, Líbano, depois de soldados de Israel abrirem fogo durante marcha pela Nakba (15/05)
Jovem palestino arremessa pedra durante choques com soldados israelenses no posto de controle israelense de Qalandia, entre Jerusalém e Ramallah, na Cisjordânia (15/05)
As marchas de domingo ilustraram a insatisfação árabe com o impasse nos esforços para estabelecer um Estado palestinos. A tática sem precedentes também refletiu o entusiasmo do mundo árabe com os protestos antigoverno que atingiram o Oriente Médio e o norte da África neste ano.
Abbas, que vem buscando caminhos alternativos para a formação de um Estado depois da ruptura das negociações de paz com Israel, rapidamente apoiou aqueles que tentaram chegar às fronteiras israelenses. "Seu sangue não será derramado em vão, porque seu sangue foi derramado pela liberdade e os direitos de seu povo", disse.
Nesta segunda-feira, os tumultos se espalharam para o Egito, onde polícia antidistúrbios lançou gás lacrimogêneo e munição real para dispersar milhares de manifestantes pró-palestinos do lado de fora da Embaixada de Israel no Cairo. Os manifestantes puseram fogo em uma bandeira israelense, gritaram slogans anti-Israel e pediram a expulsão do embaixador e o fechamento da missão diplomática. Nos confrontos com a polícia, 20 foram presos e 353 ficaram feridos, disseram autoridades egípcias.
As forças de segurança estavam presentes em grande número no norte de Israel nesta segunda-feira, um dia depois de terem sido pegas de surpresa. O governo israelense esperava que as manifestações de domingo ocorressem na Cisjordânia, como vinha acontecendo no passado. Em vez disso, milhares de palestinos e seus partidários na Síria, Líbano e Gaza desceram para as divisas do país em uma manifestação surpreendente.
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Protestos de domingo
Em um dos incidentes mais sérios, o Exército israelense afirmou que milhares de manifestantes se aproximaram da fronteira síria com as Colinas do Golan, controladas por Israel, e centenas romperam a cerca.
Os soldados dispararam para impedir seu avanço, deixando ao menos dois mortos e 170 feridos. A agência Associated Press, porém, fala em quatro mortos.
Foi uma rara incursão a partir do lado altamente controlado da Síria, o que fez as autoridades israelenses acusarem Damasco de fomentar a violência em uma tentativa de tirar a atenção da repressão mortífera do regime contra manifestantes que pedem a queda do regime do presidente Bashar al-Assad.
"O regime sírio intencionalmente tenta tirar a atenção internacional da repressão brutal contra seus cidadãos para incitar contra Israel", disse no domingo a coronel Avital Leibovich, uma porta-voz militar israelense.
O primeiro-ministro israelense, Benyamin Netanyahu, disse ter ordenado que o Exército agisse com a "máxima contenção". "Mas ninguém deve se enganar. Estamos determinados a defender nossas fronteiras e soberania", disse em um breve pronunciamento transmitido ao vivo nas estações de TV de Israel.
Os tumultos de domingo - que aconteceu depois de ativistas terem usado o Facebook e outros sites para mobilizar os palestinos e seus simpatizantes em países vizinhos para marchar para as fronteiras de Israel - marcaram a primeira vez que as táticas de protesto que varreram o mundo árabe em meses recentes foram dirigidas a Israel.
No incidente mais mortífero, dez foram mortos e 112 ficaram feridos quando marcharam do Líbano em direção à fronteira norte de Israel, de acordo com autoridades de segurança libanesas. O Exército de Israel disse que os soldados abriram fogo quando os manifestantes tentaram romper a cerca para entrar em território israelense.
Os militares também sugeriram que o Exército do Líbano, que fez disparos para o ar para dispersar os manifestantes, pode ter sido responsável por algumas das mortes. Segundo o Exército de Israel, 13 soldados ficaram levemente feridos nos choques no Líbano e na Síria.
Na tensa fronteira sul de Israel com a Faixa de Gaza, segundo a Associated Press, paramédicos palestinos disseram que uma pessoa morreu e 65 ficaram feridos quando manifestantes tentaram se aproximar da altamente fortificada fronteira com Israel.Um segundo palestino foi morto em um incidente separado. Segundo o Exército israelense, ele tentou colocar uma bomba ao longo da cerca. A rede de TV CNN, porém, só menciona 70 feridos nos confrontos na Faixa de Gaza.
A tensão pelo 63º aniversário do Dia da 'Nakba' (Catástrofe) aumentava desde sexta-feira, quando choques foram registrados na Cisjordânia. No sábado, no dia do enterro de um adolescente que morreu após ter sido ferido por disparos na véspera, novos confrontos foram registrados entre forças de Israel e palestinos.
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