O montante representa um avanço de 28% ante o 1º trimestre do ano passado. Na comparação com o último trimestre de 2010, houve queda de 9,5%
O Bradesco, 2º maior banco privado do país, informou nesta quarta-feira ter registrado um lucro líquido contábil de 2,70 bilhões de reais no primeiro trimestre de 2011. O resultado é 9,5% menor que o obtido no trimestre anterior e 28% maior que o lucro do primeiro trimestre do ano passado. O crescimento anual foi puxado pelas operações de crédito, principalmente para empresas, e pela área de seguros.
Os ativos totais do Bradesco fecharam março em 675,40 bilhões de reais, o que indica crescimento de 26,8% ante o mesmo mês de 2010. Já o patrimônio líquido cresceu 19% na mesma base de comparação, para 51,29 bilhões de reais. Neste trimestre, o banco sofreu um aumento de capital de 1,5 bilhão de reais, o que contribuiu para aumentar seu patrimônio.
Margem financeira – A margem financeira – principal fonte de lucro dos bancos, dada pela diferença entre os juros dos financiamentos e os que remuneram os depósitos – atingiu 9,4 bilhões de reais, o que representa um crescimento de 21,8% em relação ao primeiro trimestre do ano passado.
A carteira de crédito expandida – que inclui avais e fianças, cessão de crédito e antecipação de recebíveis – atingiu 304,4 bilhões de reais no período, uma evolução de 22,6% sobre o mesmo intervalo de 2010. A carteira de crédito no conceito normal (não expandida) ficou em 287,4 bilhões de reais, alta de 21% em doze meses e de 3,8% frente a dezembro.
As operações com pessoas físicas totalizaram 100,1 bilhões de reais (aumento de 16,4%), enquanto as transações com empresas atingiram o montante de 204,3 bilhões de reais (ampliação de 25,9%).
Lucro ajustado – O Bradesco também informou um lucro ajustado de 2,73 bilhões de reais, o que implica uma alta de 27,5% em relação aos primeiros três meses do ano passado. A diferença do resultado contábil decorre de efeitos fiscais e provisões para causas cíveis. O retorno patrimonial considerando o ganho ajustado foi de 24,2%. Em relação ao lucro recorrente, o indicador fica em 23,8%.
Inadimplência – O índice de inadimplência do Bradesco, considerando os atrasos acima de 90 dias, parou de cair depois de cinco trimestres consecutivos em retração. O indicador fechou março em 3,6%, mesmo nível de dezembro de 2010, mas abaixo dos 4,4% do primeiro trimestre de 2010. O indicador para pessoa física ficou em 5,5% – estável na comparação trimestral e com queda de 1,2 ponto em 12 meses.
Na carteira de micro, pequenas e médias empresas, o indicador teve pequena alta na comparação trimestral, passando de 3,4% em dezembro para 3,5% em março deste ano. Mas quando comparado com março de 2010, ficou abaixo dos 4,4% registrados no período. O leve aumento dos calotes segue a expansão da carteira de crédito do segmento, que foi um dos que mais cresceu dentro das operações de empréstimo do Bradesco, com alta de 29% em doze meses.
Índice de Basileia – Com o aumento do crédito, o Índice de Basiléia – indicador de solvência, que mede quanto o banco pode emprestar sem comprometer seu capital – do Bradesco teve queda na comparação anual. O indicador encerrou março em 15%. Em relação a março de 2010, caiu 1,8 ponto. Ante dezembro, houve aumento de 0,3 ponto porcentual, pois o indicador estava em 14,7%. De qualquer modo, o banco segue com um indicador bem acima do mínimo exigido pelo Banco Central (BC), de 11%.
Frente ao cenário mais incerto no crédito, com perspectiva de desaceleração da economia e ante a trajetória de alta das taxas de juros, o Bradesco aumentou as provisões – quantia reservada pelo banco para fazer frente a possíveis perdas – para devedores duvidosos. As provisões totais encerram o período em 16,7 bilhões de reais, com alta de 5,7% na comparação com o saldo de março de 2010. As provisões excedentes em relação ao exigido pelo BC mantiveram-se em 3 bilhões de reais.
A despesa de provisão para devedores duvidosos ficou em 2,36 bilhões de reais de janeiro a março de 2011, apresentando uma evolução de 2,8% ante o trimestre anterior. Em doze meses, a expansão foi de 7,9%.
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