Os ministros das Finanças e os banqueiros centrais do Grupo dos 20 (G20), reunidos em Paris, concordaram em acompanhar um conjunto de indicadores para controlar os desequilíbrios financeiros mundiais.
“Não foi fácil e houve obviamente interesses divergentes”, afirmou a ministra francesa das Finanças, citada pela Bloomberg. O objectivo, disse Christine Lagarde que liderou o encontro, é “avaliar as políticas económicas e analisar até que ponto são favoráveis para todos os países no seu conjunto e não apenas para a política económica interna”.
A lista de indicadores inclui o défice público, a dívida pública e provada e as poupanças privadas, o saldo da balança comercial e algumas componentes da balança de pagamentos, como o saldo de investimento liquido.
Não se chegou a qualquer acordo quanto a objectivos concretos para os saldos das contas externas, ponto que é defendido nomeadamente pelos Estados Unidos – com défice externo - mas que merece a oposição da Alemanha – como excedente nas contas externas.
A taxa de câmbio efectiva em termos reais e as reservas em divisas foram indicadores que ficaram fora do acordo por oposição da China, referem as agências noticiosas. As reservas em divisas da China estão estimadas em 2,8 biliões de dólares, reflectindo o seu excedente externo.
Ao lado da China estiveram também o Brasil, a Rússia e a India. Os BRIC, como são conhecidos, opuseram-se à utilização das reservas em divisas como indicador dos desequilíbrios globais.
A política cambial chinesa mereceu mais uma vez críticas dos Estados Unidos. O secretário de Estado do Tesouro norte-americano Timothy Geithner afirmou que a moeda chinesa “continua substancialmente subvalorizada”.
A próxima reunião dos 20, que será em meados de Abril, terá como tarefa transformar estes indicadores em orientações de política económica numa base voluntária.
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