sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Confrontos matam seis no Bahrein


Os confrontos no Bahrein deixaram ontem pelo menos quatro mortos, elevando para seis o número de vítimas nos protestos pelo país. As Forças Armadas afirmaram que tomariam “medidas estritas” a fim de restaurar a segurança no Bahrein, incluindo a proibição de reuniões públicas. Soldados e tanques ocuparam o centro da capital, Manama, mas os manifestantes prometeram realizar um grande protesto nesta sexta-feira.

hassan ammar / aeManifestantes xiitas carregam colega ferido nos confrontos com a polícia, em Manama, e pedem a deposição do rei Hamad bin Isa al-KhalifaManifestantes xiitas carregam colega ferido nos confrontos com a polícia, em Manama, e pedem a deposição do rei Hamad bin Isa al-Khalifa
A polícia espancou manifestantes, homens e mulheres, enquanto o ministro das Relações Exteriores do Bahrein, Khalid Al Khalifa, justificou a repressão como necessária porque os manifestantes estariam “polarizando nosso país e o levando à beira do abismo sectário”. Os manifestantes queimaram retratos do rei Hamad bin Isa al-Khalifa e pediram o fim da monarquia no Bahrein. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse que se opõe ao uso da violência contra os manifestantes pacíficos no Bahrein.

De madrugada, as forças de segurança reprimiram os manifestantes que realizavam protestos na capital. Um deputado da oposição, Ali al-Aswad, membro do bloco Al-Wefaq, disse que havia 95 pessoas feridas, cinco delas em estado grave. Segundo a televisão estatal, lideranças militares disseram que controlam “partes importantes” da cidade e proibiram reuniões públicas.

Os manifestantes, quase todos xiitas, disseram que a repressão foi desfechada nas primeiras horas desta quinta-feira, com a polícia atacando indiscriminadamente homens, mulheres e até crianças. Os xiitas formam 70% dos 500 mil habitantes do Bahrein. Eles afirmam que são discriminados pela dinastia governante, que é muçulmana sunita. Dezenas de veículos blindados da polícia foram usados ontem para reprimir as manifestações na Praça Pérola, no centro de Manama.

A rede Al-Jazira afirmou, em seu site, que havia confrontos também em outras partes da capital. O líder do principal bloco da oposição xiita no país, xeque Ali Salman, qualificou a ação policial como “selvagem e injustificada”. Segundo Salman, a repressão terá “repercussões catastróficas”. Os policiais chegaram quando os manifestantes dormiam na praça, usando gás lacrimogêneo e tiros de borracha para dispersá-los.

Os protestos começaram na segunda-feira no país do Golfo Pérsico, exigindo democracia e melhorias econômicas. Os manifestantes se inspiram nos levantes ocorridos em Tunísia e Egito, que terminaram com a renúncia dos líderes dessas nações. O protesto no Bahrein foi convocado por ativistas pela internet.

Na terça-feira, o rei do Bahrein, Hamad bin Isa al-Khalifa, fez uma rara aparição na televisão, prometendo investigar as duas mortes anteriores de manifestantes. Al-Khalifa já havia tentado acalmar os manifestantes no dia 12, quando liberou US$ 2.700 para cada família do país. Mas os protestos cresceram, com muitas pessoas exigindo a saída da família real do comando do país. De maioria muçulmana xiita, o Bahrein é controlado por uma dinastia sunita.

Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Bahrein disse que os Estados que formam o Conselho de Cooperação do Golfo devem anunciar seu apoio ao governo do Bahrein. O grupo é formado por Bahrein, Omã, Catar, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

CLUBNOVAERA A MELHOR WEBTV DO BRASIL E AS NOTÍCIAS NACIONAL E INTERNACIONAIS, ATUALIZADAS PARA VOCÊ. BOA TARDE. E AGRADECE A SUA VISITA. OBRIGADO.
S.O.S Ajuda o Japão. Club Web Tv Nova Era.