segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Brasil tenta mostrar nova postura sobre direitos humanos


Na reunião que a acontece hoje, a ministra Maria do Rosário reforçará a ideia que os direitos humanos são prioridade no governo Dilma Rousseff

28.02.2011| 01:30
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LMaria do Rosário estreia hoje em reuniões da Onu (ANTÔNIO CRUZ/ABR) LMaria do Rosário estreia hoje em reuniões da Onu (ANTÔNIO CRUZ/ABR)


Criticado nos últimos anos por poupar críticas a ditadores, o governo brasileiro tentará passar hoje, na ONU, uma mensagem inequívoca: os direitos humanos estarão no centro da agenda de Dilma Rousseff, tanto em sua política interna como na política externa. Mas fará um alerta: o Brasil não aceitará que crises internacionais, inclusive a da Líbia, sejam tratadas de forma unilateral ou por invasões, mas devem ter sempre uma solução multilateral.

A mensagem será dada na reunião do Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, pela ministra Maria do Rosário, da secretaria de Direitos Humanos. O encontro marca a estreia do governo Dilma nos fóruns internacionais de direitos humanos e tanto regimes autoritários como democracias não escondem a expectativa sobre qual a posição do novo governo brasileiro.

“Vamos falar claramente que o governo da presidente (Dilma) tem os direitos humanos como o centro de sua política “, afirmou a ministra, que discursará diante de chefes de diplomacia como Hillary Clinton, Catherine Ashton e William Hague. Segundo ela, a posição de destaque do País no cenário internacional será usado para promover essa ideia.

O Estado revelou em sua edição de domingo que vários governos já haviam notado uma nova postura do Brasil em temas de direitos humanos. Além disso, o chanceler Antonio Patriota pediu que o Itamaraty fizesse uma reavaliação de sua posição em relação aos direitos humanos.

Ontem, ao chegar a Genebra, Rosário optou por não criticar o governo Lula e dizer que em 97% das resoluções que condenava algum país, o Brasil votou a favor. Mas não respondeu se hoje vota pela suspensão da Líbia do Conselho de Direitos Humanos.

Mas a posição do governo é a de que não abrirá mão de sua posição de que soluções para crises devem ser encontradas de forma multilateral e em fóruns internacionais. Para a ministra, até mesmo o governo de Barack Obama está entendendo essa posição brasileira.

Votações
O Brasil também defenderá um equilíbrio entre o diálogo e condenações para tratar com regimes que violam os direitos humanos. Até hoje, nem o diálogo derrubou ditadores e nem sanções tiveram seus efeitos. “Por isso é que precisamos ter ações combinadas. Condenar pode ser importante. Mas temos que investir também no diálogo”, afirmou o ex-chanceler Celso Amorim.



Por quê

ENTENDA A NOTÍCIA

Nos últimos anos, o Brasil se absteve em votações sobre o Irã, Coreia do Norte e Sudão. Dentro do Palácio do Planalto, Itamaraty e da Secretaria de Direitos Humanos, há uma percepção clara de que erros aconteceram. Principalmente em relação ao Irã, acusado de violar direitos humanos.

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